16 jun, 2016 - 06:50 • Celso Paiva Sol
São cada vez mais, os idosos que a GNR identifica a viverem sozinhos ou isolados. Este ano foram sinalizados mais de 43 mil, que representa um aumento de 10% face ao ano anterior.
Os dados do "Censos Sénior 2016" indicam que são actualmente o triplo dos que se registavam em 2011, um aumento que pode ser explicado não só porque há efectivamente cada vez mais idosos sozinhos, mas também porque a GNR vai empenhando cada vez mais meios nesta iniciativa anual.
O relatório sinalizou 43.300 idosos, dos quais 60% vivem sozinhos, 22% isolados e 7% – cerca de três mil pessoas – na dupla situação de estarem sozinhos e isolados.
Para além destes, foram ainda identificados outros 10 mil idosos que – não estando sozinhos ou isolados – estão ainda assim em situação de grande vulnerabilidade – física ou psicológica, ao ponto da GNR ter encaminhado os processos de 800 dessas pessoas para outras instituições, nomeadamente de apoio social.
Os cerca de 300 militares da GNR envolvidos na operação "Censos Sénior 2016", que decorreu entre 1 e 30 de Abril em todo o país, fizeram também, pela primeira vez, o levantamento das pessoas portadoras de deficiência, tendo sinalizado 600 pessoas. Destas, 166 vivem sozinhas, 38 residem em locais isolados, 33 vivem sozinhas e isoladas. As restantes 363 situações não se enquadram nestas situações, adianta a GNR.
No conjunto total, as mulheres estão em muito maior número, chegando ao dobro, e há cinco distritos de Portugal continental que se destacam pela dimensão dos números: Viseu com mais de quatro mil idosos identificados, seguido da Guarda, Vila Real, Beja e Bragança, todos com mais de três mil idosos sinalizados.
Realizada anualmente pela GNR, a operação “Censos Sénior” tem como objectivo actualizar os registos dos idosos que vivem sozinhos e isolados, identificar novas situações e informar as entidades competentes das situações de potencial perigo.
Durante a operação foram ainda realizadas acções de sensibilização para que “esta população adopte comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de crimes”.
Muitos idosos caem nesta situação de isolamento porque preferem não deixar as suas casas. Uma realidade constatada pela Renascença em Murta, Faro, distrito onde no último ano duplicou o número de idosos a viverem sozinhos.