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Marcha em defesa da escola pública feita com todos e contra ninguém, diz Fenprof

17 jun, 2016 - 10:51

Esta “festa em torno da escola pública” decorre sábado, a partir das 14h30. O desfile desce a Avenida da Liberdade até terminar no Rossio.

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A Marcha em Defesa da Escola Pública que se realiza no sábado em Lisboa pretende ser um momento "de afirmação" desta instituição, de celebração da sua diversidade, com todos e contra ninguém, disse Mário Nogueira, da Fenprof.

"É uma marcha da diversidade. Não é uma marcha de uma cor só, é uma marcha de todas as cores, é uma marcha da diversidade e da democracia, e, quando assim é, acho que vai ser uma festa em torno da escola pública, que bem merece que as pessoas a saúdem e que a defendam", afirmou o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).

A iniciativa, que tem na Fenprof um dos principais promotores e organizadores, foi convocada no final de Maio, numa altura em que os colégios privados com contrato de associação se desdobravam em acções diárias para contestar a anunciada redução do número de turmas financiadas pelo Estado em estabelecimentos particulares já a partir do próximo ano lectivo.

Mário Nogueira sublinhou, no entanto, que esta "não é uma marcha contra ninguém, nem contra o ensino particular e cooperativo". De acordo com o líder da Fenprof, a "escola pública reúne um consenso muito grande na sociedade portuguesa", que lhe reconhece um "ensino de qualidade" e uma capacidade de dar resposta "à diversidade de alunos que surgem", o que leva a uma mobilização que vai muito para lá dos portões da escola.

"Penso que no próximo sábado vamos ter, para além dos professores, cidadãos, funcionários não docentes, pais, encarregados de educação, pessoas que não têm uma ligação directa à escola, mas que não deixam reconhecer a importância de defender a escola pública", disse.

Para Mário Nogueira, o que leva as pessoas a sair à rua em defesa da escola pública "está longe de se resumir ao problema dos contratos de associação", até porque, disse, a discussão que se faz hoje no espaço público "já passa sobre o que deve ser a escola pública e pelo investimento que deve ser maior".

A petição a pedir a defesa da escola pública, que a Fenprof entregou na Assembleia da República, e que teve entre os primeiros subscritores nomes como os músicos Sérgio Godinho, Fausto e Pedro Abrunhosa, o poeta Manuel Alegre, a autarca Helena Roseta, a historiadora Raquel Varela ou o catedrático Santana Castilho, reuniu mais de 71 mil assinaturas. Se será esse o número de participantes na marcha de sábado, "não é importante", declarou Mário Nogueira.

"Certamente, serão mais do que os 10 mil que ainda há poucos dias se manifestavam frente à Assembleia da República, por outros interesses", disse, numa alusão à manifestação organizada recentemente pelos colégios privados.

Ainda que recuse comprometer-se com números, Mário Nogueira adiantou que já há três comboios especiais organizados para trazer manifestantes do norte do país, assim como já estão programados vários autocarros a partir de todas as capitais de distrito em direcção a Lisboa: "Nós pensamos que [a marcha] vai ter muita gente".

Esta iniciativa recolhe o apoio de toda a esquerda parlamentar. Na passada semana o PS apelou, em comunicado, à participação na marcha. Bloco de Esquerda, PCP e PS anunciaram a sua presença no evento, com as confirmações de Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e uma delegação deputados socialistas.

A marcha tem início pelas 14h30, com uma concentração no Marquês de Pombal, onde a organização prevê ter algumas intervenções públicas, entre as quais a da ex-secretária de Estado Ana Benavente, e do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos. O desfile segue depois pela Avenida da Liberdade até terminar no Rossio.

Comentários
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  • EU
    17 jun, 2016 23:00
    E EU sou o Pai NAtal... Acreditas? O que até considero ainda mais extraordinário é este tipo de contestatários ainda não se aperceberem que estamos no século XXI. Ainda usam os acessórios de há cem anos atrás. Para se dizer que se é de esquerda nada melhor do que aparecer de mangas arregaçadas e com um monte de cabelo entre as fossas nazais e a boca. MUDA, que já é tempo!
  • José
    17 jun, 2016 Braga 17:06
    Ser de esquerda ou de direita, isso pouco importa… O Estado tem obrigação de disponibilizar uma rede de escolas públicas aos alunos e não duplicação de ofertas.... Então, eu sugiro que o “Movimento em Favor da Escola Publica” também saía à rua...E desta forma, ficaremos a saber de que lado está a maioria da população portuguesa…Para todos aqueles, que pesam que esta situação se deve, ao Srº Mário Nogueira e a FENPROF , ficaram totalmente elucidados, que a maioria da população é contra estes contratos, e que eu saiba não são todos filiados na FENPROF. Que a cegueira partidária e o egoísmo não vos turbe o pensamento...
  • José
    17 jun, 2016 Braga 17:00
    O custo na escola pública, por norma, deverá ser inferior, uma vez que as turmas são maiores, logo menos professores. Por outro lado, eu pergunto, se existem escolas públicas, com salas vazias, professores do quadro com horário zero, auxiliares do quadro, pessoal da secretária, e todas as infraestruturas que comportam uma escola … Eu pergunto, o que se vai fazer, despedir gente do quadro e demolir escolas públicas, e financiar o “privado”… Mas, como não sou tão irresoluto, até aceitava, se porventura se provasse que ficava mais barato... Mas, mesmo assim, nessas circunstancias tínhamos um problema, de “igualdade de oportunidades“... Pois, todos os alunos que estão nos colégios não financiados, teriam que ter o mesmo tratamento que os financiados, se assim o desejassem... Logo, a verba que o Estado disponibiliza para os contratos de associação, teria que ser dividida, por todos os colégios privados com ou sem contrato de associação… Pergunto, não era o mais justo. Sim, porque muitos alunos, estão nestes colégios pagos pelos pais, porque não tiveram vaga nos colégios financiados, e por outro lado, não existem colégios financiados em todas as localidades... Logo isso per suponha a proliferação dos colégios com contrato de associação, era o mais justo... E a despesa do Estado diminuía ou aumentava... E desta forma privatizava-se o ensino...
  • Jp
    17 jun, 2016 Porto 16:55
    O SRº Passos Coelho, que arranjou emprego em Portugal, para os amigos nos colégios com contrato de associação; e mandou emigrar o resto... Queira Deus, que o feitiço se vire contra o feiticeiro, e se possível emigre ele para nunca mais voltar.
  • O tal
    17 jun, 2016 Orabem 16:07
    Tens toda a razão Miguel. Isto sim era uma boa causa...
  • Antonio Almeida
    17 jun, 2016 V.N. de Gaia 15:59
    O Estado também não tem nada que andar a pagar aos sindicalistas.PONTO.
  • Luis
    17 jun, 2016 Lisboa 15:58
    João Lopes. O povo já não é parvo pelo que já não se deixa enganar por conversas da treta. A si só lhe falta dizer que os comunas ainda comem criancihnas ao pequenoa almoço. Já basta de tanta xulice.
  • O tal
    17 jun, 2016 RQTPARTA 15:57
    continuação ah, oh joão lopes é muito fácil: Quem pode pagar que pague. Se há dinheiro para BMW e mercedes, telemóveis top de gama também pode haver dinheiro para se pagar os gostos e as preferencias dos papás. Bom, isto não é só dizer que quem ganha 500 euros por mês não tem dinheiro porque andou a gastar acima das suas possibilidades, não achas?!
  • O tal
    17 jun, 2016 Orabem! 15:49
    Quanto à ideologia marxista de que falas. Oh João Lopes, foi como o coelho fez : arranjou mais uma hora para os trabalhadores produzirem mais e para ser de borla, para alguns meterem mais na carteira. Os patrões, claro...Realmente fazes umas comparações descabidas, mas noutras és completamente vesgo....
  • João Lopes
    17 jun, 2016 Viseu 14:31
    Esta marcha não é em defesa da escola pública mas para que a Fenprof a servindo-se do dinheiro do contribuinte continue a doutrinar os estudantes e professores, na ideologia marxista, sem contar para nada com a família a quem compete escolher a melhor escola para os filhos, seja estatal seja privada!

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