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Quarenta anos de vício. O testemunho de um dependente do jogo

18 jun, 2016 - 15:38 • Marina Pimentel

Durante mais de quatro décadas, o bingo e o casino, foram a sua sala de visitas A dependência de José foi o ponto de partida para o debate no “Em Nome da Lei” sobre o vício do jogo.

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O vício do jogo na primeira pessoa
O vício do jogo na primeira pessoa

É de todos os vícios o mais silencioso, mas pode causar uma dependência tão grande ou maior do que o álcool ou os narcóticos e é a que tem a maior taxa de suicídios. O vício do jogo quase destruiu a vida de José.

Durante mais de 40 anos, o bingo, e mais tarde o casino, foram a sua sala de visitas. Perdia muito, mas de vez em quando ganhava. Era o suficiente para José acreditar que da próxima é que daria a volta à vida. Jogar passou a ser a sua razão de viver.

Nas salas do casino, a dependência agravou-se. As máquinas de jogo exerciam um fascínio irresistível. Quando entrava, José já levava o dinheiro na mão e jogava logo na máquina que estivesse mais perto da porta.

A reforma, alguns anos mais tarde, significou mais tempo livre e logo mais disponibilidade para jogar. Teve o casamento em risco e salvou-o porque aceitou tratar-se.

Os Alcoólicos Anónimos foram o primeiro passo para o reconhecimento de que tinha um problema grave. Está há quatro anos sem jogar, mas está longe de estar curado. Deixou de viver episódios críticos, mas sabe que tem uma doença crónica.

Controlado, mas não curado. A dependência de José foi o ponto de partida para o debate no “Em Nome da Lei” sobre o vício do jogo.

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