Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Movimento Defesa da Escola Ponto prevê ano lectivo "atribulado"

19 jun, 2016 - 16:26

Após uma manifestação, que juntou milhares de pessoas, o movimento culpa a irresponsabilidade do Ministério da Educação.

A+ / A-

O movimento Defesa da Escola Ponto previu um início do próximo ano lectivo "atribulado à conta da irresponsabilidade de um ministro e da uma secretária de Estado da Educação", que decidiram acabar com contratos de associação.

"Vai ser um mês de Setembro atribulado à conta da irresponsabilidade de um ministro e de uma secretária de Estado da Educação, que são manipulados por Mário Nogueira [secretário-geral da Federação Nacional dos Professores]", afirmou, no Porto, Luís Marinho, representante os pais dos alunos de escolas privadas com contrato de associação, no âmbito de um protesto que juntou milhares de pessoas.

Sob o mote "Contas à moda do Porto", este protesto teve início pelas 11:30, com uma concentração dos participantes na avenida 25 de Abril, zona de Campanhã, de onde saíram em marcha até à avenida dos Aliados, num percurso de cerca de cinco quilómetros.

Com o protesto, quer o movimento "que os alunos se possam continuar a inscrever" nas escolas privadas com contrato de associação, "uma vez que o custo que as turmas representam para o Orçamento do Estado é muito inferior ao que o Ministério da Educação tem de pagar por novas turmas nas escolas públicas".

Luís Marinho afirmou que esta manifestação teve como objectivo mostrar "as contas certas" em relação aos contratos de associação, acrescentando que cada turma poupa 25 mil euros ao Estado, rejeitando a ideia de "duplicação de custos".

"São contas certas, contas honradas, de gente séria, e não é a nossa opinião, é ir ao Orçamento do Estado", frisou, acrescentando que pais, professores e funcionários de escolas com contrato de associação não podem "permitir" e "aceitar um debate baseado na mentira".

Perante os milhares de manifestantes, o responsável destacou que "o futuro é o que interessa" e que, "em Setembro, não vai haver ninguém a ir para as escolas que o Estado" que impor.

Também Manuel Bento, do Núcleo Agregador Defesa da Escola, disse à Lusa que o principal objectivo desta manifestação é mostrar que os colégios com contrato de associação são "um bom negócio para o Estado", porque permitem poupar "10 milhões ao erário público" com as turmas que o Estado quer fechar no próximo ano lectivo e que o movimento defende que se mantenham.

"Nós não estamos contra ninguém, nós somos pela escola, quer seja pública quer seja privada", respondeu quando questionado se a concentração de hoje era uma resposta à manifestação organizada no sábado, em Lisboa, pela Fenprof, recordando que esta concentração estava já marcada quando foi anunciada a da capital.

No final, no seu discurso, também Manuel Bento não poupou críticas ao Governo socialista, em especial ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e à secretária de Estado da Educação, Alexandra Leitão, acusando-o de se ter colado "a uma esquerda radical".

"Não vamos desistir, podem contar connosco para uma luta que vai conduzir certamente à nossa vitória", disse, "a secretária de Estado não tem noção onde se meteu".

Segundo Manuel Bento, não "há dúvidas de que o Governo se precipitou" ao decidir acabar com contratos de associação em centenas de turmas de colégios privados, que estão agora "a servir de moeda de troca para qualquer coisa".

Os manifestantes usaram t-shirts amarelas e, entre o barulho de bombos, apitos e buzinas, fizeram-se ouvir com palavras de ordem como "A escola somos nós, ninguém nos cala a voz", "Escola unida jamais será vencida" e "Defesa da escola ponto".

O Governo vai cortar o financiamento, já no próximo ano lectivo, em cerca de 370 turmas num total de 650 de início de ciclo que tinham recebido apoios financeiros em 2015.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • antónio
    25 jun, 2016 oimbra 14:45
    E para isso eles dão uma ajuda! Retendo os alunos o máximo de tempo que puderem para que os restantes atrasem...
  • José
    20 jun, 2016 Braga 12:16
    Esta gente perdeu o discernimento, querem medir forças com o Ministério da Educação. Ganhem juízo... Alguma vez, o Estado vai dar o dito por não dito....Depois de ter explodido a bomba, e toda a gente hoje saber, o que nem sequer imaginavam, o financiamento dos estudos dos filhos de alguns...Um Setembro complicado, as escolas já estão habituadas ...Já têm anos de experiência...
  • Petervlg
    20 jun, 2016 Trofa 09:34
    Acabem com o apoio aos colégios, JÁ, é vergonhoso o que se passa na maioria dos colégios.
  • Luis
    20 jun, 2016 Lisboa 05:44
    Os "amerelinhos" xulinhos não desistem e prevêm um "ano atribulado". Tudo bem, pois desde que fiquem apenas pelas manifestações até é salutar pois quanto mais se manifestam mais as populações se indignam pelas suas (deles) ilegitimas exigências. São tão burrinhos que nem disso se apercebem. Caso se portem mal lá terão as policias que intervir em defesa do Estado de Direito contra a direita mais retrogada e provinciana de toda a Europa apoiada pela Igreja que também se sente lesada e que apoia os "amarelinhos".
  • Sara Jovial Sampaio
    19 jun, 2016 Taveiro 20:16
    Querem escolas privadas? Paguem do VOSSO bolso.
  • André
    19 jun, 2016 Lisboa 19:10
    Numa coisa eles sabem... é que os colégios da região de Gaia, Braga e Coimbra estão a exigir aos pais dos alunos, que já tinham feito a pré-inscrição, pois as crianças estão nesses colégios ou amigos trataram de promover este tipo de turmas, para não se irem inscrever à escola pública da área de residência. Ao não realizarem essas inscrições, irão gerar um problema em Setembro, ao apresentarem-se nas escolas a pedir a inscrição dos filhos, sem o terem realizado no tempo previsto. Nessa altura vamos ver estes MENTIROSOS a dizer que a falta de professores para as novas turmas ou a escolas a terem de reformular a divisão de alunos... porque estas coisas convenceram os pais a não se irem inscrever na escola pública para fazer pressão para os meninos continuarem a poder estar em turmas de 20 alunos, todos da sua classe social, e não terem de estar em turmas de 28 alunos, com os mais variados feitios. Como é que é possível que alguém diga que defende as crianças e vai dizer aos pais que a melhor forma de terem os filhos a estudar nos colégios PRIVADOS é não os inscreverem na escola pública. As crianças serão prejudicadas graças a esta ESTUPIDEZ por parte destes milionários e dos pais ricos que acham que estar a estudar num colégio privado é uma forma de mostrar a sua força financeira. Já se viram pais a reclamar... quando sempre disseram que os filhos estavam numa escola de luxo privada... esquecendo-se de dizer que era paga pelo estado.

Destaques V+