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Portugal recebeu cerca de 370 refugiados e balanço é “muito positivo”

20 jun, 2016 - 07:06

Assinala-se esta segunda-feira o Dia Mundial do Refugiado. Desde o início do ano e até 5 de Junho chegaram à Europa por mar - à Grécia, a Chipre e a Espanha - 206.400 pessoas.

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O coordenador do Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) faz um balanço “muito positivo” do acolhimento destas pessoas em Portugal, que recebeu até agora cerca de 370 refugiados, número que vai aumentar até ao final deste mês.

“A PAR recebeu 125 pessoas, mas Portugal, no seu todo, já recebeu cerca de 370 pessoas, que estão acolhidas não só na PAR, mas também noutras instituições como a União das Misericórdias, a Cruz Vermelha, a Câmara de Lisboa ou o CPR [Centro de Acolhimento para Refugiados]”, disse hoje Rui Marques à agência Lusa, dia em que se assinala o Dia Mundial do Refugiado.

O responsável tem a expectativa de que a PAR, direccionada para o acolhimento de crianças e respectivos familiares, “venha a ultrapassar as 200 pessoas” acolhidas até ao final de Junho.

“Nos próximos dias vamos receber mais refugiados. Praticamente [em] todas as semanas que se seguem há já planeamento de recepção de mais famílias. Agora a cadência de chegada é semanal e tem corrido muitíssimo bem”, sublinhou.

O coordenador da PAR conta que após meses em que o programa de recolocação de refugiados “não funcionou”, a realidade actual é bem diferente, com uma inversão deste rumo, que se acentuou nas últimas semanas com a chegada de mais refugiados a Portugal

“O processo de acolhimento está a seguir em muito bom ritmo. O balanço de acolhimento de refugiados é muito positivo”, frisou Rui Marques.

A PAR contempla mais de 320 organizações da sociedade civil, nomeadamente do sector social, empresas, fundações, universidades e autarquias. “Esta rede de organizações foi capaz de montar um programa de acolhimento de refugiados, em particular dos refugiados mais vulneráveis, que são as crianças, e felizmente muitas delas estão acompanhadas pelas suas famílias. Por isso este programa chamou-se PAR famílias”, referiu o coordenador.

Mais de 700 lugares disponíveis

A PAR tinha inicialmente 704 lugares disponíveis para acolhimento de refugiados - que têm vindo a ser ocupados -, número que ainda está longe de ser atingido, mas a perspectiva é a de angariar mais instituições anfitriãs, além das 110 que já existem.

“Vamos lançar agora uma campanha para aumentar a capacidade de acolhimento com mais instituições anfitriãs”, anunciou Rui Marques.

No Dia Mundial do Refugiado, o coordenador da PAR deixou o aviso de que, apesar de tudo, ainda há muito a fazer.

“Há muito a fazer no sentido de que Portugal tem de manter esta posição de acolhimento e de integração de refugiados. Tem de contribuir para que a resposta europeia seja solidária e eficaz, e precisa de continuar na interacção no quadro da União Europeia a sensibilizar a opinião pública para uma cultura positiva face a este drama enorme dos refugiados”, alertou Rui Marques.

A PAR também apoia crianças refugiadas no Líbano - com 225.000 euros - na sua escolarização e no apoio alimentar no período lectivo.

Além disso, esta Plataforma tem uma intervenção activa na Grécia, em particular na ilha de Lesbos e em Atenas, no apoio a vários campos refugiados, com a presença de sete voluntários em regime permanente em Lesbos e três em Atenas.

Outros dos objectivos desta plataforma continua a ser a sensibilização da opinião pública portuguesa para uma cultura de acolhimento e integração dos refugiados.

De acordo com o último balanço do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) , desde o início do ano e até 5 de Junho chegaram à Europa por mar - à Grécia, a Chipre e a Espanha - 206.400 migrantes.

"Esperamos ser felizes aqui"

Allepo ficou para trás há vários anos, mas só agora chegaram a Portugal. O perigo dos constantes bombardeamentos levou-os a fugir. São sete: pai, mãe, três rapazes – um deles ainda bebé – e duas meninas.

A Renascença foi ao Centro de Acolhimento do Conselho Português para os Refugiados conhecer a história desta família que entrou na Europa pela Turquia e que o ACNUR enviou para Portugal.


"Quando terminar a guerra e as confusões, podemos voltar, mas não consigo confirmar, porque cá também estamos bem e contentes. Podemos continuar cá ou voltar para lá, neste momento não sei dizer”, diz o pai.


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