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Eduardo Lourenço vence prémio Helena Vaz da Silva

02 jul, 2016 - 09:40

O ensaísta português divide o prémio com o cartoonista francês do "Le Monde" Plantu. Um prémio deste ano visou dois criadores que lutam pela liberdade de expressão.

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O ensaísta português Eduardo Lourenço e o 'cartoonista' francês Plantu venceram 'ex aequo' o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, revelou hoje o Centro Nacional de Cultura (CNC).

O galardão é repartido entre Eduardo Lourenço, "especialista da alma e do imaginário português", e o 'cartoonista' Jean Plantureux, conhecido como Plantu, pelo contributo "para a promoção dos valores europeus, da tolerância e da paz", lê-se na nota de imprensa.

Em declarações à Renascença, Guilherme Olveira Martins, júri do prémio, disse que este prémio é contra o terror, e "pela liberdade de expressão crítica" quer de um 'cartoonista' quer de um ensaísta.

No entender do júri do prémio, ambos os vencedores, com linguagens distintas, "têm demonstrado, ao longo dos anos, um compromisso corajoso e contínuo para tornar mais clara a atualidade, e mais fácil a reflexão sobre a sociedade e a defesa do património de valores".

"É uma consolação para o tempo caótico que vivemos e, para mim, é uma pequena luz ao fundo do túnel da nossa aventura europeia em 'panne'", afirmou Eduardo Lourenço, 93 anos, numa declaração divulgada pelo CNC.

Já Plantu, 65 anos, há mais de 40 anos 'cartoonista' do diário francês Le Monde, e um dos mais conhecidos criadores franceses de 'cartoon' político, afirmou que o desenho pode ser um bom meio para combater a intolerância e o racismo, numa Europa "fragilizada", onde "muitos há que tendem a fechar-se sobre si próprios".

O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, que adopta o nome da jornalista, deputada europeia e ativista, falecida em 2002, foi criado em 2013, pelo Conselho Nacional de Cultura, em parceria com a organização Europa Nostra e com o Clube Português de Imprensa.

Em edições anteriores, o prémio foi atribuído ao escritor italiano Claudio Magris, ao romancista turco Orhan Pamuk e ao músico e maestro catalão Jordi Savall.

Presidido por Maria Calado, presidente do Centro Nacional de Cultura, o júri integrou Francisco Pinto Balsemão, Guilherme d'Oliveira Martins, João David Nunes, Irina Subotic e Piet Jaspaert, José María Ballester e Marianne Ytterdal.

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