11 jul, 2016 - 08:32 • Ana Lisboa
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“Havia muitas pessoas que nos perguntavam como é que podiam ajudar, como é que podiam participar”. Foi assim que, segundo Duarte Paiva, fundador e presidente da Associação Conversa Amiga, nasceu a ideia do apadrinhamento dos cacifos solidários.
“Por um valor mensal de 12 euros – são 40 cêntimos por dia – está a participar naquilo que já está implementado, mas também no futuro que é a continuação do crescimento do projecto cacifos solidários”.
Funciona de forma “muito simples”, sublinha o responsável à Renascença. Basta preencher o formulário que se encontra no site da associação (www.conversa.pt) e no seu Facebook ou então enviar um e-mail para apadrinha@conversa.pt.
“Receberá, então, toda a informação necessária”. Depois, terá “alguns benefícios, um dos quais ter o seu nome no local dos cacifos e poder visitar o projecto com a equipa profissional”.
O que se pretende é que quem vive na rua possa ter um espaço onde guardar os seus bens pessoais em segurança e com dignidade. Os cacifos solidários dão para guardar bastantes coisas, nomeadamente, roupa, produtos de higiene e muitos outros objectos pessoais.
Permitem ainda receber correspondência, já que inclui uma caixa de correio – muito utilizada, de resto, pela associação Conversa Amiga.
“Comunica muitas vezes usando esta via ou reencaminha correio de outras associações”, indica Duarte Paiva, para quem a caixa de correio é muito importante, uma vez que “é ter uma chave e uma espécie de morada. Não é a mesma coisa que ter uma casa, mas já é um início”.
Desta maneira, “as pessoas ganham alguma liberdade e autonomia”. É que muitos dos sem-abrigo “não saem do local em que estão, porque têm medo de ser ou roubados ou ficar sem os seus pertences”, explica o responsável da associação.
Houve mesmo casos de “pessoas que se recusavam a deslocar” para um serviço social ou até serviço de saúde por não poderem levar os seus bens.
O que a associação Conversa Amiga pretende “é que o projecto seja algo próximo das pessoas e que elas possam utilizar o projecto todos os dias. Até porque isto facilita o acompanhamento psicossocial que é tão fundamental”, resume Duarte Paiva.