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Aplicação de sanções vai gerar mais pobreza em Portugal e Espanha

25 jul, 2016 - 15:13

A Rede Europeia Anti-Pobreza considera “contraproducente” a aplicação de eventuais sanções e multas.

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A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) alerta para a aplicação de sanções a Portugal e Espanha, por parte da União Europeia, por atrasar a recuperação económica, gerar “mais pobreza” e um “maior descontentamento” face à UE.

“Nenhuma destas consequências é desejável na actual situação económica e política”, refere em comunicado a organização, presente nos 28 Estados-membros, considerando “contraproducente” a aplicação de eventuais sanções e multas.

A EAPN manifesta particular preocupação relativamente “ao impacto da proposta de cortes nos Fundos Estruturais”, considerando que “seriam prejudiciais” para os programas sociais que promovem a inserção profissional e a inclusão social dos mais vulneráveis.

“Em última instância, as sanções do Conselho castigariam os desempregados de longa duração e todas as pessoas que vivem em situação de pobreza e exclusão social que, claramente, não são responsáveis pelas ações dos seus governos”, refere a EAPN.

Para o presidente da EAPN Portugal, Jardim Moreira, “este tipo de castigo cego, e que não é capaz de contemplar o caso específico de cada Estado-membro, reprova o esforço feito e desmobiliza”.

“Aos olhos de milhões de europeus, a UE converteu-se numa instituição distante e irrelevante que parece ter pouco ou nenhum impacto positivo nas suas vidas. Se a UE pretende sobreviver e desenvolver-se, isto terá de mudar”, adverte o padre Jardim Moreira, no comunicado.

Para Jardim Moreira, este tipo de atitude “ignora e destrói os fundamentos de uma Europa que se pretende dos cidadãos, e manifesta uma cultura europeia perversa”.

“Uma Europa que não tem em consideração os fatores externos que nos conduziram a esta situação, que não respeita a capacidade de cada Estado-membro e as suas circunstâncias, e que, ao invés de solidariedade, promove a pobreza, é uma Europa que está muito distante dos seus fundamentos originais”, lamenta.

Para o responsável, a atenção da UE não deve centrar-se apenas na “preservação de finanças públicas responsáveis” a qualquer preço, mas numa “compreensão mais integrada” da situação dos dois países.

O crescimento económico está a melhorar, mas Espanha e Portugal devem ser considerados “casos excecionais”, onde deveriam ser permitidos “excessos temporários”, como está contemplado no Tratado da União Europeia, defende.

Salienta ainda que impor mais medidas de austeridade a Portugal e Espanha ”não é social nem politicamente viável”.

O que Portugal necessita é de mais “crescimento inclusivo”, para cumprir o défice público, e “não de mais receitas através do aumento da pressão fiscal indireta” ou da redução nos investimentos sociais, afirma Jardim Moreira, considerando que a UE deveria dar prioridade à luta contra a pobreza e a exclusão social, em linha com o objetivo da Estratégia Europa 2020.

No dia 12 de julho, o Conselho Europeu considerou que Portugal e Espanha não tomaram as medidas necessárias para responder às recomendações para corrigir o défice excessivo.

Comentários
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  • 777seven
    27 jul, 2016 vilamoura 08:12
    Qual o alimento da esquerda? Resposta - POBREZA!
  • Diamantino Constante
    26 jul, 2016 Oeiras 14:59
    Seus burocratas incompetentes da UE APLIQUEM sanções todos os anos para não se cumprir a meta do defice. Ecos meis impostos continusm alimentar estes sangusugas.
  • José Proença
    26 jul, 2016 Castelo Branco 12:18
    Viva a solidariedade da UE...É mesmo disto que nós precisamos. Mais penalizações para sermos mais sacrificados. Quem está a lucrar com isto? Provavelmente os pobrezinhos do FMI, BCE, etc......Europa Solidária???? Grande treta
  • carmom
    25 jul, 2016 FAMALICÃO 19:36
    A rede sabe que quem vai pagar as favas,é sempre o mexilhão.Se os cortes para pagar as sanções fossem feitos com justiça,cortando em regalias exorbitantes que muitos tem,pouco ou nada se sentiria.
  • Diogo Pinto
    25 jul, 2016 Madalena 18:47
    Gosto muito das novas tecnologias , e gostava muito que tivesse no meu computador uma aplicação que me permitisse falar e passar para esta folha de comentários aquilo que eu pensasse . Seria mais fácil e podia estar de pé . Sou contra todos os que vivendo na Europa se viram contra uma entidade imaginária para defenderem os seus países das sanções , ou mesmo de os elogiarem ao ponto de questionarem e esquecerem determinados pontos politicos . Portugal é União Europeia e União Europeia é Portugal e muito mais . Com certeza que não foram os mentores do projecto UE á pedirem á Portugal para se juntarem ou fazer parte deste enorme território . Mario Soares bem o saberá . António Costa , o P.M. de Portugal ainda ontem o homenageou enquanto que outros evocaram Cavaco . Seria bom que em Portugal se combatesse á pobreza monetária , intelectual transmitindo às pessoas de forma mais intrusiva sentimentos de pertença e de auto-realização . Assim não acontece , mas é muito bom haver quem se preocupe em homenagear e a pedir estátuas e bustos em nome de . Boa tarde !
  • fr
    25 jul, 2016 portugal 15:37
    uma porcaria a união

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