09 ago, 2016 - 14:36
O presidente da Câmara Municipal do Funchal revelou, esta terça-feira, que o gabinete do primeiro-ministro, António Costa, já foi contactado a propósito da eventualidade de ser necessário enviar meios para apoiar o combate aos incêndios na Madeira.
“Estão accionados todos os meios necessários. Quero dizer que já contactámos o gabinete do primeiro-ministro e houve uma disponibilidade para, caso haja necessidade, virem meios do continente para cá, seja nesta fase seja numa de rescaldo”, disse Paulo Cafôfo, na conferência de imprensa para fazer o segundo balanço do dia dos incêndios que deflagraram na segunda-feira à tarde no concelho.
“O Governo da República, além da solidariedade que mostrou com a região e, particularmente, com a cidade do Funchal, está disposto a enviar meios que possam ser úteis”, sublinhou, ressalvando, contudo, que as autoridades regionais “ainda não vão tomar esta medida”.
O autarca apontou que este canal com o gabinete do primeiro-ministro será “mantido aberto”.
A ministra da Administração Interna contactou esta terça-feira o presidente do Governo Regional da Madeira no sentido de oferecer ajuda dos meios de combate para os incêndios florestais que lavram em várias zonas da do Funchal, disse à Lusa fonte da tutela.
Constança Urbano de Sousa contactou telefonicamente Miguel Albuquerque, que lhe disse que está a fazer um levantamento da situação na ilha e que, para já, não era necessário ajuda do continente.
O governo madeirense accionou já o plano de contingência regional.
Fazendo um ponto da situação no concelho do Funchal, o autarca declarou que “não tem sido fácil o combate a esta calamidade”, porque o ataque ao fogo está a ser efectuado num misto de duas áreas – uma florestal (Parque Ecológico do Funchal) e outra “complicada”, que é a urbana.
“Temos três frentes: o flanco do Parque Ecológico e, [na freguesia] do Monte, a zona das Babosas, Laginhas e Corujeira”, enunciou, mencionando que “a situação mais complicada acontece no Caminho do Tanque”, onde muitas casas ficaram incendiadas e houve muita população em pânico.
O autarca apontou que “são já dezenas as casas afectadas”, embora seja ainda necessário efectuar uma contabilidade das habitações consumidas pelas chamas, “algumas antigas e desabitadas”.
“Esse levantamento tem de ser realizado para calcular os custos e fazer uma estimativa necessária para recuperação”, indicou.
O presidente do município assegurou que não há falta de água para consumo doméstico no concelho e anunciou que a recolha de resíduos urbanos “está cancelada”, porque há estradas de várias zonas encerradas e as viaturas da câmara tiveram de ser retiradas do parque dos Viveiros e “estão dispersas pela cidade”.
O responsável indicou que foi necessário ainda evacuar o bairro camarário das Laginhas e encontrar soluções para realojar os moradores, o mesmo acontecendo com a Estalagem do Monte, que estava “cheia” de hóspedes.
O Hospital dos Marmeleiros e o Hospital Dr. João de Almada estão a ser evacuados, com os doentes do último a serem transportados para uma escola.