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“Operacionais deixaram de combater incêndios em florestas para ajudar na defesa de habitações”

10 ago, 2016 - 08:59

Vento reactivou chamas e obrigou à retirada de pessoas no continente. Os incêndios em Arouca, Águeda e Vila Nova de Cerveira estão incontroláveis.

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O vento forte que se fez sentir durante a noite e que vai manter-se ao longo do dia levou a reacendimentos nos incêndios de Águeda, Arouca e Vila Nova de Cerveira, onde foram retiradas pessoas de aldeias.

Em declarações à agência Lusa, o adjunto de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Carlos Guerra, adiantou que os distritos de Aveiro, Viana, Braga e Porto são hoje de manhã os distritos que mais preocupam os bombeiros, em Portugal continental, com incêndios de grandes dimensões como os de Águeda, Arouca e Vila Nova de Cerveira, que sofreram alguns reacendimentos devido ao vento.

“Durante a noite, tal como prevíamos o vento estava muito forte, o que tornou muito difícil as acções de consolidação e rescaldo em alguns incêndios tendo mesmo reactivado muitos deles. Os fogos em Águeda e Arouca por exemplo reactivaram com alguma intensidade”, disse.

De acordo com Carlos Guerra, os incêndios de Arouca e Águeda, nos distritos de Aveiro, bem como o de Vila Nova de Cerveira, em Viana do Castelo, estão incontroláveis e obrigaram à retirada durante a noite de pessoas de várias aldeias.

“Os operacionais tiveram mesmo de deixar de combater os incêndios em florestas para ajudar na defesa de habitações. Foi o que aconteceu em Viana do Castelo, Arouca e Águeda, mas também tivemos situações mais complicadas em Arcos de Valdevez e Vila Nova de Cerveira”, contou.

A auto-estrada A43 foi cortada pelas 8h00 em Jovim, Gondomar, e a A28 está há mais de dez horas interdita ao trânsito em Gondarém, Vila Nova de Cerveira, disse a GNR.

“Evitou-se o pior”

Segundo o adjunto operacional da ANPC, a estratégia adoptada pelos comandantes no terreno passa por defender primeiro as aldeias, as pessoas, as habitações.

“Houve algumas habitações nas aldeias periféricas onde tivemos de retirar pessoas das casas, mas não ardeu nenhuma habitação. O pior evitou-se”, sublinhou.

No que diz respeito a vítimas, Carlos Guerra adiantou que algumas pessoas foram hospitalizadas, mas devido a intoxicações e por exaustão sem gravidade.

O adjunto operacional disse que esta quarta-feira deverá ser difícil devido ao vento forte de leste.

Ajuda espanhola

“Ontem [terça-feira] contámos com a ajuda de um helicóptero espanhol e reforçamos o pedido de ajuda para hoje. Estamos à espera que Espanha nos diga hoje de manhã se pode enviar aviões. Espanha disse-nos que podia disponibilizar apenas meios aéreos porque também está a braços com incêndios florestais”, disse.

Às 8h00, os maiores incêndios activos eram os de Arouca que está a ser combatido por 213 operacionais, com o apoio de 49 veículos, e o de Águeda que mobilizava 314 bombeiros, com o auxílio de 90 meios terrestres.

Em Viana do Castelo, segundo a ANPC, o maior é em Covas, no concelho de Vila Nova da Cerveira, onde 184 operacionais e 61 meios terrestres combatem o fogo que começou na tarde de domingo e tem ainda duas frentes ativas.

Existem ainda mais nove incêndios que preocupam nos distritos da Guarda, Braga, Porto, Aveiro, Viseu e Viana do Castelo.

Na Madeira, as chamas obrigaram mais de mil pessoas a abandonar as suas casas e os hotéis onde estavam alojadas, na sequência do fogo que na terça-feira atingiu a zona baixa da cidade do Funchal.

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