11 ago, 2016 - 06:29
Foi uma noite muito complicada em Arouca devido à intensidade das
chamas que afectam o concelho. Uma casa foi destruída esta madrugada, mas sem
fazer vítimas. Incêndio tem três frentes activas.
Ao longo das últimas horas, houve contudo registo de intoxicações e pequenos ferimentos no combate ao fogo.
As condições meteorológicas adversas continuam a dificultar o combate às chamas no distrito de Aveiro, onde está mobilizado o maior dispositivo de combate em Portugal Continental, com os fogos de Arouca e Anadia a manterem uma "pressão muito urbana".
"O incêndio em Arouca continua com duas frentes desfavoráveis, e estão no limite urbano, portanto, na periferia da vila de Arouca. Está muito próximo de casas e o que nós estamos a fazer é uma defesa às habitações", afirmou o comandante operacional distrital, José Bismarck.
Já os incêndios de Águeda continuava àquela hora a apresentar uma situação "desfavorável, mas a ceder aos meios de combate", e o incêndio de Anadia/ Mealhada também estava "desfavorável", acrescentou.
O comandante operacional distrital de Aveiro adiantou que durante a madrugada continuava a haver casas em risco, uma situação que se deverá manter nas próximas horas, nomeadamente em Arouca. "O incêndio rodou a vila de Arouca pelo lado norte e isso leva a que uma grande quantidade de casas esteja em risco", afirmou.
"O vento a leste é forte e a humidade relativamente baixa, o que dificulta muito as operações de combate. A previsão das próximas horas é de condições meteorológicas adversas", acrescentou. José Bismarck disse ainda que de manhã está previsto um reforço de meios para combate ao incêndio florestal.
Por volta das 8h00, "estão previstos três grupos de combate, estão previstas três máquinas de rasto e eventualmente aviões de combate a incêndios", acrescentou.
A Comissão Distrital de Protecção Civil de Aveiro activou, na tarde de quarta-feira, o Plano de Emergência, face ao "elevado número" de incêndios que estão a lavrar no distrito.
Dois mil bombeiros no terreno
Mais de três mil operacionais estavam pelas 5h45 desta quinta-feira mobilizados para combater 128 fogos - 12 considerdaos mais significativos - no continente português.
Da lista das "ocorrências importantes" apontadas no site da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o distrito de Aveiro concentrava mais de metade dos operacionais e destacava-se, por concentrar dois dos maiores fogos - em Águeda (336 elementos de forças de segurança e socorro e 105 viaturas) e em Anadia (331 operacionais e 98 veículos).
O incêndio de Águeda deflagrou já na segunda-feira de madrugada.
No mesmo distrito, 422 operacionais e 136 viaturas distribuem-se no combate às chamas em dois incêndios no concelho de Arouca (um dos quais com início na tarde de segunda-feira), e um no de Castelo de Paiva (com início na madrugada de quarta-feira).
No distrito de Leiria, no município de Castanheira de Pêra, as operações - que arrancaram na noite de segunda-feira - mobilizam 199 elementos, apoiados por 68 meios terrestres.
No município de Viseu, sede de distrito, 170 elementos e 57 veículos estão mobilizados para um fogo que teve início da manhã de segunda-feira. .
No distrito de Viana do Castelo, também muito afectado pelos incêndios há vários dias, há fogos nos concelhos de Arcos de Valdevez e Caminha, os quais estavam a ser combatidos por 292 operacionais, com o apoio de 97 veículos.
O fogo em Arcos de Valdevez deflagrou já na segunda-feira de madrugada e o de Caminha teve início na quarta-feira.
No continente, são ainda considerados "importantes" (ou seja, com mais de três horas de duração ou mais de 15 meios de socorro) um incêndio em Vieira do Minho (distrito de Braga) e outro em Montalegre (distrito de Vila Real). Juntas, estas operações envolvem 170 elementos e 59 veículos.
Este balanço não inclui os incêndios na Madeira, que tem um serviço regional de protecção civil autónomo.