12 ago, 2016 - 08:11
O combate aos incêndios foi mais calmo na noite de quinta e madrugada desta sexta-feira, mas continuam a existir vários fogos que preocupam os bombeiros e cujo combate vai ser reforçado com meios aéreos pesados, segundo a Protecção Civil.
A noite foi menos violenta que a de quarta para quinta-feira devido à diminuição da intensidade do vento, disse hoje à agência Lusa Carlos Guerra, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
"Em termos de condições meteorológicas foi melhor pois o vento foi mais calmo e permitiu-nos avançar um pouco com as operações de combate, o que não tinha sido possível na noite anterior porque tínhamos estado a fazer defesa das pessoas e habitações", explicou.
Carlos Guerra adiantou que durante a noite os bombeiros conseguiram avançar sobretudo a norte em Viana do Castelo e em Braga com o domínio de alguns incêndios, mas a situação continua "muito preocupante".
"Mantêm-se dois incêndios em Viana do Castelo [distrito], um no concelho de Caminha e outro no de Viana do Castelo que ainda não conseguimos dominar. Pensamos que durante o dia de hoje com a possibilidade de colocar meios aéreos pesados possamos evoluir e dominar estes e os outros incêndios", disse.
Carlos Guerra deu ainda conta de um incêndio que deflagrou perto da 1h00 em Mondim de Basto, no distrito de Vila Real.
"Este fogo no Parque Natural do Alvão tem neste momento um conjunto de situações que nos podem vir a causar alguma preocupação e é também aquele onde vamos ter de agir já às primeiras horas do dia com meios aéreos", disse.
O adjunto de operações da ANPC destacou também os quatro incêndios que lavram no distrito de Aveiro e que continuam a "preocupar" os bombeiros.
"Em Águeda temos neste momento 340 operacionais que vamos ter de reforçar de imediato às primeiras horas com meios pesados. Ontem não conseguimos usar os meios aéreos: de manhã por causa do vento e à tarde por causa da má visibilidade", contou.
Também por dominar continua o fogo em Arouca, que é o que tem maior perímetro e por isso os meios terão de ser reforçados.
Quanto ao de Anadia, que na quinta-feira levou à evacuação do hotel do Buçaco, o adjunto de operações disse que tem uma frente activa com uma extensão de vários quilómetros e cujo combate vai ser também reforçado com meios aéreos.
Risco máximo de incêndio em 26 concelhos
Vinte e seis concelhos dos distritos de Faro, Santarém, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Porto e Braga apresentam hoje risco 'máximo' de incêndio, segundo o Instituto do Mar e da Atmosfera.
Os concelhos de Monchique (Faro), Mação, Sardoal (Santarém), Oleiros, Vila de Rei, Sertã (Castelo Branco), Pampilhosa da Serra, Góis, Oliveira do Hospital, Arganil (Coimbra), Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Miranda do Corvo (Coimbra), Sabugal, Celorico da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres e Aguiar da Beira (Guarda) estão hoje em risco 'Máximo' de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Estão também em risco 'Máximo' de incêndio os concelhos de Vila Nova de Paiva, Castro Daire, São Pedro do Sul, Castelo de Paiva, Marco de Canaveses, Valongo (Porto), Cabeceiras de Basto e Póvoa do Lanhoso (Braga)
O Instituto colocou também em risco 'Muito Elevado' e 'Elevado' de incêndio vários concelhos de todos os distritos (18) de Portugal continental.
O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre 'Reduzido' e 'Máximo'.