14 ago, 2016 - 09:20
O fogo que lavra em São Pedro do Sul, no concelho de Viseu, é o único activo em Portugal neste domingo de manhã, o que permite que todos os meios aéreos disponíveis possam entrar em acção.
“É aí que estamos a concentrar todos os nossos esforços. O dispositivo aéreo conta com oito aviões pesados e mais seis médios e dois helicópteros Kamov. Se tivermos condições no local para actuar com o nosso dispositivo aéreo, pensamos que o incêndio poderá começar a ter um desfecho de cedência aos meios”, avança à Renascença o adjunto de Operações Carlos Guerra, da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Durante a noite, o combate foi direccionado para a defesa das habitações ameaçadas pelo fogo. “Foi um trabalho dos combatentes na defesa das habitações e esse desenvolvimento teve frutos, porque não temos a registar vítima, mas algumas habitações foram afectadas, algumas com danos severos”. Arderam, pelo menos, seis casas.
O incêndio em São Pedro do Sul começou na segunda-feira, em Arouca, onde a situação está agora dominada.
Os aviões disponíveis neste domingo de manhã incluem dois de Marrocos, um italiano e dois russos, que estão a ser utilizados em outras regiões do país com incêndios de menores proporções, como Braga.
Ao início da manhã, foi dominado o incêndio em Alijó, no distrito de Vila Real.
Bombeiro ferido com “prognóstico reservado”
O sapador florestal do agrupamento de empresas papeleiras Afocelca, que no sábado sofreu ferimentos graves quando combatia um incêndio em São Pedro do Sul, está internado em Coimbra com "prognóstico muito reservado".
A informação foi avançada à agência Lusa por fonte da Unidade de Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
O homem sofreu os ferimentos quando combatia as chamas que lavravam com intensidade, durante a tarde, na Serra da Arada. Foi transportado de helicóptero para o Hospital de São Teotónio, em Viseu, tendo depois sido transferido para Coimbra.
Risco máximo de incêndio em 23 concelhos
É máximo o risco de incêndio, este domingo, em 23 concelhos de Portugal continental, sobretudo no Norte e Centro. É ainda muito elevado em cerca de uma centena de outros concelhos, distribuídos pelo país.
Mais a norte, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) estima um risco de incêndio máximo nos concelhos de Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, e Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga.
No distrito de Viseu são os concelhos de Castro Daire, Vila Nova de Paiva e Moimenta da Beira que apresentam risco máximo, enquanto no distrito da Guarda a lista inclui Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Gouveia, Sabugal e Guarda.
Arganil, Pampilhosa da Serra, Góis (distrito de Coimbra), Oleiros e Sertã (Castelo Branco), Pedrogão Grande (Leiria), Vila de Rei (Castelo Branco), Mação e Sardoal (Santarém) são os restantes concelhos em risco máximo de incêndio a que se junta Monchique (Faro) o único mais a sul.
Há ainda oito distritos de Portugal continental sob aviso amarelo devido à previsão de temperaturas elevadas: Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Setúbal, Santarém, Beja e Castelo Branco.
No arquipélago da Madeira, o aviso amarelo é para tempo quente, mas também para o vento nas costas Norte e Sul, assim como na região montanhosa.