16 ago, 2016 - 10:37
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A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) lembra que não há apoio que compense na totalidade as perdas na floresta, pois o que arde são “muitos anos de trabalho”.
“As pessoas têm de ter consciência de que uma floresta planta-se para 10, 20, 30, 50 anos e, portanto, quando ela arde ao fim de 25 anos, mesmo que se replante – e é deste tipo de apoios que estamos a falar – temos de esperar mais 25 ou 30 anos para voltar a colher, portanto, nada repõe as perdas dos proprietários florestais”, explica o secretário-geral da CAP.
João Machado, agradece, contudo, os apoios já anunciados pelo ministro da Agricultura, que na segunda-feira afirmou que não faltarão os meios financeiros para reagir aos incêndios que, na última semana, fustigaram o Norte e Centro do país.
Na segunda-feira, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciou que está em curso o levantamento dos prejuízos dos incêndios e assegurou que os apoios poderão abranger até 80% das perdas.
Nestas declarações à Renascença, o secretário-geral da CAP refere ainda que a situação deste ano não é tão grave como no passado.
“Ainda não sei qual vai ser o balanço deste ano, mas julgo que ainda estamos muito longe das áreas ardidas em 2003 e 2005”, afirma, sublinhando que, depois desses “anos dramáticos” só não houve situações piores por sorte, dado que “pouco fizemos para que não ardesse a floresta em Portugal e para que o país não ardesse”.
Este ano, já arderam em Portugal mais de 100 mil hectares, de acordo com o Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais, citado pelo “Diário de Notícias”. Só em Agosto, foram consumidos mais de 97 mil hectares, um terço dos concelhos de Arouca e São Pedro do Sul.