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Metro de Lisboa. “Urge denunciar e terminar com a incompetência"

18 ago, 2016 - 08:17

Trabalhadores do Metro de Lisboa denunciam a falta de condições de trabalho e apelam ao fim da degradação de serviço público.

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O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Urbanos de Portugal critica o processo de privatização a que os funcionários do Metro de Lisboa foram sujeitos e denuncia os efeitos verificados ao nível do serviço.

Num comunicado enviado às redacções, o sindicato fala em contratos ilegais, falta de maquinistas, de fiscalização, trabalhadores desgastados e vias cada vez mais descuradas em termos de manutenção e limpeza.

Nada que os utentes já não tenham reparado. Numa sondagem rápida pelas linhas do Metro de Lisboa, a Renascença ouviu queixas de atrasos, carruagens insuficientes e “a abarrotar” e falta de limpeza nas estações.

A sindicalista Anabela Carvalheira acrescenta que há “mais de 10 comboios parados no parque das oficinas e falta de trabalhadores que possam fazer os serviços certos”.

Na origem desta situação está, de acordo com o sindicato, o processo de privatização iniciado “nos últimos quatro anos de governação da maioria PSD/CDS-PP”, durante o qual se “empurraram mais de 300 trabalhadores para ‘rescisões amigáveis’ e para o desemprego, descapitalizaram a empresa, encerraram 18 postos de vendas, diminuíram o número de carruagens na linha verde, aumentaram o tempo de intervalo entre comboios, diminuíram a velocidade de circulação de 60 para 45Km/h, degradaram a manutenção e a limpeza de comboios e estações”.

“Passou-se de uma exploração comercial onde raramente se registavam atrasos, interrupções ou supressões, para o seu oposto, com incidentes de exploração todos os dias”, conclui o comunicado.

Trabalhadores “comprados” com contratos ilegais

Anabela Carvalheira, do STURP, afirma à Renascença que, depois de publicado o decreto-lei que põe termo à fusão das empresas Metropolitano de Lisboa, Carris, Transtejo e Soflusa, foram contratrados técnicos como se a fusão tivesse sido concretizada.

“Mesmo após a decisão do Governo e a promulgação do Presidente da República, continuam a ser promovidas pessoas, nomeadamente técnicos superiores que assumem contratos com as quatro empresas”, aponta.

Segundo a representante dos trabalhadores do Metro, estas promoções são aceites por “porque têm aumentos salariais brutais”. A sindicalista fala em “compra dos trabalhadores” e diz que assim se está a “dificultar a separação” das empresas de transportes.

Condições de trabalho precárias

No que toca às condições de trabalho, a nota refere que se exige o mesmo trabalho (a mesma oferta) mas com menos trabalhadores, o que resulta em mais acidentes de trabalho.

A isto, “junta-se aquilo de que ninguém fala, nem assume: é que o trabalho em subsolo potencia o aumento de doenças crónicas nos trabalhadores, sendo que nesta altura a Medicina do Trabalho, seguramente a mando da direcção da empresa, tem feito um trabalho lastimável, contrariando o que no passado acontecia”, destaca-se.

O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Urbanos de Portugal termina o comunicado com uma pergunta e um apelo: “quem manda ou quem mente? O Governo ou o Conselho de Administração que nos foi apresentado com pompa e circunstância, como sendo os seus homens de confiança, com a promessa de que tudo iria mudar? Deixemo-nos de falsas promessas, passemos das palavras aos actos”.

Sem avançarem para outras formas de luta, os trabalhadores do Metro, representados por uma delegação da CGTP, reúnem-se na próxima semana, dia 22, com o Governo e pedem desde já novas contratações.

[Notícia actualizada às 11h00]

Comentários
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  • graciano
    16 set, 2016 alemanha 13:01
    alguem cantou ha muito tempo uma cancao que dizia O TEMPO VOLTA PARA TRAS mas nao volta aqui fica um exemplo das boas administracoes das empresas de transportes publicas na decada de 80 uma empresa tinha mais de 5000 trabalhadores 7 garagens activas hoje tem uma garagem activa 1000 trabalhadores e esta falida querem melhor exemplo do que este nao digo aqui qual a empresa mas se quiserem saber podem contactar me
  • viva o xuxialismo!
    18 ago, 2016 Santarém 22:52
    Passou-se de uma exploração comercial onde raramente se registavam atrasos, interrupções ou supressões, para o seu oposto, com incidentes de exploração todos os dias”, conclui o comunicado. Esta dá para rir! Greves e mais greves, passes pagos para nada, incómodos na vida diária dos utentes e tudo isto não referem como se não existisse, juntando-lhe o saldo deficitário a aumentar diariamente estamos perante um doente em estado de coma e esquecem-se que foi para aqui que atiraram a empresa.
  • cc
    18 ago, 2016 faro 16:39
    E não fazem grave? ´E que ainda há pouco tempo era por tuido e por nada. Será que o "patrão" não deixa?
  • antonio
    18 ago, 2016 lisboa 14:58
    Essa de uma linha com problemas é a forma que usam para " punir " os utilizadores do metro. É recorrente desde há mais de 4 anos, desde que falaram em privatização. Pena que ninguém seja punido! Eu não acredito em problemas técnicos, mas sim em humanos daqueles usados para nos " chatearem " e poderem obter resultados. Pena que os quadros superior do METRO andem de viatura topo de gama e não de metro.... se o sô Costa e Presidente da Camara de Lisboa tirassem essas mordomias aos quadros superiores e obrigassem a andarem de metro, tal como muitos outros INCLUINDO os deputados da nação. Mas neste país só anda de metro OS QUE NÂO PAGAM e os que não podem ter outro meio de transporte" Uns políticos da treta que desfizeram o que estava previsto " PRIVATIZAR" e melhorar....daqui a uns dias UM ANO DE GOVERNO e a degradação é do anterior....pois os trablahadores ou melhor ML= Malandros de Lisboa= trabalhadores do metro!!! Com uma cambada assim....
  • luis
    18 ago, 2016 lisboa 14:39
    Estão a destruir o bom serviço que estas empresas publicas prestavam para as desvalorizar e assim entrega-las por tuta e meia aos amigos do privado.
  • João Rodrigues
    18 ago, 2016 Lisboa 14:07
    Tenho que tudo o neste país roda sobre carris está autenticamente no fosso da incompetência. Na CP raramente se cumprem horários e a limpesa dos comboios está ao nível dos piores palheiros! Acrescente-se que muita da "população" não sabe a diferença entre "pés-cú", em especial os jovens, e para sentar torna-se necessário ver se o assento está limpo para conferir se aquilo é um assento ou um tapete! A miséria das empresas de transportes, na sua maioria, deve estar à altura de um qualquer país quarto-mundista! Se calhar as regalias a que os "trabalhadores" estavam habituados..foram demasiadas por tempo demais!
  • A.C.
    18 ago, 2016 Oeiras 13:53
    Peço desculpa, mas estes senhores queixam-se "de barriga cheia" e estão a esquecer-se que o problema já vem antes do (des) governo PSD-CDS. Já no tempo de José Sócrates gostavam de fazer as pessoas esperarem tempos infindos pelo metropolitano, nas filas para comprar o passe ou bilhete, no Verão "divertiam-se" a reduzir o número de carruagens a ponto de alguém poder ter uma crise de falta de ar, e os senhores sindicalistas queriam era greves e direitos. Deveres, nada. Nós, utentes, somos quem paga (e bem!) os bilhetes e passes, e as composições mais pareciam lixeiras de tanta sujidade; em última análise, são os utilizadores quem sustenta esses senhores. Por isso, mais respeito com quem DE FACTO trabalha: não querem trabalhar no subsolo, há quem queira. Acham que a empresa está mal gerida, usem os recursos que têm para denunciar o "administrador A" ou o "administrador B" por má gestão. Mas basta de maltratar os utentes/passageiros!
  • Miguel
    18 ago, 2016 Amadora 12:21
    Esta esquerdalhada preguiçosa e incompetente é a única culpada disto. Os sindicatos comunas apoiantes da venezuela são outro esgoto a céu aberto. O que provoca doenças graves é os passageiros terem de vos aturar todos os dias. Não gostam demitam-se que eu vou para o vosso lugar.
  • Filipe
    18 ago, 2016 Lisboa 11:46
    Desgastado andam os passageiros. As escadas rolantes em muitos sítios estão paradas. As máquinas de venda de bilhetes fazem fila, e os srs do Metro já não vendem bilhetes. Servem mais de explicadores a estrangeiros que querem usar as máquinas. Mas só aos estrangeiros. Os tugas que se desenrasquem. Já para não falar do tempo que se espera.
  • caveira
    18 ago, 2016 lisboa 11:30
    as pessoas querem usufruir de todos os seus direitos mas não estão disponíveis para pagar por eles. onde se vai buscar o financiamento para as manutenções do material circulante e do equipamento, para a substituição do material rolante, para o aumento do consumo elétrico por maior frequência e velocidade e para o investimento no alargamento da rede? A pergunta fica sem resposta, porque ninguém quer pagar mais pelo bilhete, pelo passe ou em aumento de impostos. A questão é a de um milhão de euros: como se financia o "serviço público" que toda a esquerda grita que é obrigação do Estada prestar nas suas várias componentes. Provavelmente, com as árvores-das-patacas que o PS e os seus aliados radicais têm plantadas lá nos pátios das suas sedes.

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