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Azeredo Lopes defende regresso da Força Aérea ao combate aos incêndios

21 ago, 2016 - 17:19

Governante reafirmou posição em entrevista este domingo ao JN.

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O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, considera inevitável o regresso da Força Aérea (FAP) ao combate aos incêndios florestais, numa entrevista publicada hoje pelo Jornal de Notícias.

"A Força Aérea não dispõe, neste momento, de capacidades instaladas para participar activamente no combate aos incêndios. E essa descontinuação do papel da FAP é já antiga. Mas tenho como inevitável que a FAP venha a ser dotada dessa capacidade e o primeiro-ministro [António Costa] coincide nessa abordagem", afirmou Azeredo Lopes ao diário.

Para o ministro, o regresso da FAP é inevitável porque se está agora num "momento crítico de reequipamento".

"Através da Lei de Programação Militar (LPM) ou de outros meios, estamos perante dois desafios categóricos -- mais em relação ao combate aos incêndios", sublinhou.

Segundo o ministro, é necessário, em primeiro lugar, fazer a substituição dos helicópteros Alouette III da FAP, que desempenham funções de treinamento para a FAP e a Marinha e que serão descontinuados em 2018.

"Há uma necessidade imperiosa e que passará, com toda a certeza, pela antecipação da substituição. Tanto mais que o tempo de entrega de um novo helicóptero é no mínimo de 12 meses", avaliou.

"Uma das características desses helicópteros é poderem ser dotados de meios para combate a incêndios. Ou seja, com um custo suplementar mínimo, dota-se o novo helicóptero de uma capacidade que lhe permitirá matar dois coelhos de uma cajadada. E é esse pensamento estratégico que tenho pena que já não tenha sido validado nos últimos anos", acrescentou.

Sobre as estimativas de custos para os aparelhos, Azeredo Lopes afirmou, que "para os helicópteros, há uma estimativa que resulta da LPM: 20 milhões de euros, mais IVA".

Questionado sobre se haveria uma esquadra específica para esta participação no combate aos incêndios, o ministro da Defesa declarou que "não é um modelo organizacional específico".

"Há, sim, meios da Força Aérea e esses meios, na gestão da FAP, implicam um patamar de utilização e eficiência muito superiores", comentou.

Azeredo Lopes indicou que será preciso "optimizar a utilização dos pilotos", com a devida capacitação e, se for preciso, colocá-los "directamente no combate aos incêndios".

Sobre os custos dessa operação da FAP nos fogos, o ministro disse que serão "custos públicos".

Já a eventual utilização dos helicópteros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) "é uma questão que pode vir a colocar-se".

"Ao contrário do que se pensa, não é revolução nenhuma. As forças armadas já têm um papel importantíssimo nas missões de interessa público, na busca e salvamento, no transporte de doentes [...]", referiu ainda.

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, também já demonstrou o seu apoio à possibilidade de a Força Aérea vir a ter capacidade para fazer o combate a incêndios.

No dia 13 de agosto, a ministra sublinhou que será preciso formar os pilotos e também equipar os meios aéreos.

A 14 de Agosto, a Força Aérea esclareceu que "não possui meios aéreos que permitam a realização de missões de combate a incêndios", mas admitiu que a capacidade para realização destas missões poderá "vir a materializar-se faseadamente, num futuro próximo".

Comentários
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  • Soares Dias
    23 ago, 2016 leiria 17:01
    O investimento em aeronaves é largamente mais vantajoso que os custos com prejuízos que as actuais políticas têm causado. Só um estúpido não vê isso.
  • Luis
    22 ago, 2016 lisboa 11:56
    Espero que aproveite os pilotos do Exército que o estado tanto gastou para formar , que muitos tem qualificação nas aeronaves do estado Kamov, e inexplicavelmente estão sem voar, ou obrigados a voar no privado e assim lesando o estado. Desculpem, estava a sonhar, para isso a Forca Aérea tinha de concordar, e esqueci-me que estava em Portugal.....
  • paulo
    21 ago, 2016 vfx 23:22
    Até que enfim há alguém a pensar bem,porque não investir em dois aparelhos para combate a incêndios,entregues á FAP e darem formação aos pilotos da FAP para poderem combater este flagelo,e já agora,porque não porem o exercito a limpar as matas e a GNR a patrulha-las com mais eficácia e com mais tempo,construirem reservatórios para armazenamento das águas da chuva,para que os bombeiros tenham uma mais valia.
  • Mario
    21 ago, 2016 Portugal 19:27
    Melhor seria prevenir os incêndios quando há tempo de sobra para isso. Com Limpeza e acessos a bombeiros penso que pelo menos minimizavam a devastação das florestas. Mas para isso é necessário pensar e planear o que não é muito comum nos políticos, mais fácil é como ele diz. Simplório e sem ideias.

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