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O que é um golpe de calor, a doença súbita que matou um militar?

05 set, 2016 - 14:01

Golpe de calor "põe em jogo a regulação equilibrada do corpo humano", diz especialista. Um militar morreu e outro ficou ferido devido a este quadro de doença súbita.

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Um militar morreu no domingo à noite devido a um golpe de calor depois de um treino do curso de Comandos na região de Alcochete, informou esta segunda-feira o Exército. Um outro militar ficou ferido pela mesma razão, noutro local da região de Alcochete.

Um golpe de calor é um quadro de doença súbita resultante de uma soma de múltiplos factores "que põem em jogo a regulação equilibrada do corpo humano relativamente ao ambiente que o cerca”, explica Domingos Gomes, especialista em Medicina Desportiva

O antigo médico do FC Porto diz desconhecer as circunstâncias em que ocorreram estes incidentes, mas sublinha que esta reacção adversa extrema está favorecida de forma particular "por temperaturas elevadas conjugadas com uma subida ou uma descida abrupta dos níveis de humidade relativa".

Nesse quadro, explica, "se a perda de líquidos não for rapidamente reposta e se a estrutura do organismo humano permanecer exposta ao calor", podem ocorrer "taquicardias ou desidratações com algum sofrimento que podem também ter consequências ao nível da função renal".

O chefe do Estado-Maior do Exército ordenou já um inquérito para apurar as causas em que o “trágico acontecimento ocorreu”.

Treinos não foram suspensos

O Exército anunciou que os treinos vão continuar, embora adaptados ao tempo quente que está previsto para esta segunda-feira.

As relações públicas do Exército avançaram que os incidentes ocorreram ambos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, embora em locais diferentes, sendo que o incidente do militar que veio a falecer ocorreu pelas 15h40 e o do ferido cerca de uma hora mais tarde.

Os treinos de domingo “não foram suspensos, foram adaptados”, o mesmo sucedendo para esta segunda-feira, com a previsão de realização de mais treinos, igualmente adaptados às condições atmosféricas.

De acordo com uma primeira nota do Exército português, o militar falecido, que frequentava o 127.º curso de Comandos, sentiu-se “indisposto durante uma prova de tiro (tiro reactivo)”, tendo sido de imediato assistido pelo médico que acompanhava a instrução, que lhe diagnosticou “um golpe de calor”.

Esse facto determinou a saída do militar da instrução e a sua transferência para a enfermaria de campanha, onde terá ficado em observação, segundo a mesma nota.

Como após o jantar a situação clínica do militar piorou, o médico optou pela sua retirada para um hospital, mas acabou por morrer após uma paragem cardio-respiratória antes de chegar a ser transferido.

Segundo o Exército, houve ainda um outro militar que se sentiu indisposto na instrução técnica de combate (progressão no terreno), ao qual também foi diagnosticado com “golpe de calor” e retirado, numa primeira fase para a enfermaria de campanha, e mais tarde, cerca das 23h40 para o hospital do Barreiro.

Comentários
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  • Paulo Campos
    17 nov, 2016 Porto 16:00
    E que tal fazer estes comentários junto das famílias destes grandes HOMENS ( falecidos em treino ) para ver de onde vem a coragem e a bravura de alguns, pois criticar e dar conversa de treta aqui é muito fácil.
  • Teresa
    17 nov, 2016 Beja 13:29
    Pra quê um treino tão intensivo ao ponto de levar á morte os infelizes militares presos ao dever a que são obrigados e á desumanidade dos carrascos que os treinam. Para quê tudo isso se nós não estamos em guerra?! O próprio exército é que provoca a guerra e a revolta entre o povo ao matar-lhes os filhos. Vivem à grande e à francesa enquanto há crianças com fome e a morrer por desnutrição E tanta gente a viver na rua numa grande desolação... esses sim é que são os verdadeiros soldados do infortúnio mesmo sem serem treinados!!o Os gastos com o exército deveriam ser canalizados para criar condições de vida digna para o povo sofredor. Detesto essas pessoas com grandes galardões que não servem para erguer o País da miséria.
  • Manuel D.Machado
    09 set, 2016 Oeiras 14:13
    Têm razão o Sr. Graciano e A.Aveiro.! É verdade...também estive lá e sei como é! Portanto... os outros comentários é "chinelo no pé" sem interesse, porque não ensina nada.
  • J.Martins
    09 set, 2016 Abrantes 09:38
    Para o Senhor A.Aveiro : Como cidadão Português venho Agradecer as suas lindas palavras, pois á certo que este País sem determinados cobardes, que veem fazer determinados comentário seria muito melhor. Imaginemos o nosso País um dia sem algum serviço militar especializados!... Fácil criticar o que está feito, difícil o que está ainda por fazer!!!!! Estou Também com estas famílias que perderam os seus queridos filhos e todos familiares, os meus sinceros pesamos.
  • graciano
    08 set, 2016 alemanha 21:17
    pelos comentarios que aqui vejo ha nesse pais muito bebe armado em homem eu e minha companhia saimos de lisboa as 10h da manha do dia 27 de fevereiro de 1972 estavamos no aeroporto a tremer de frio passadas 4 horas aterramos em bissau com temperatura acima de 45graus nao eramos tropas especiais e ninguem murreu de calor eo que aconteceu a esses militares pode acontecer a qualquer um e em qualquer lugar hoje os militares sao voluntarios so vai quem quer dizer que as forcas armadas nao sao necessarias so pode partir daqueles que a seguir ao 25 de abril assaltavam os quarteis e andavam pelas ruas junto com o copcon armados em policias a familia desse soldado lhes digo do fundo do coracao seu filho faleceu nos comandos porque nao era um covarde obrigado FAP por existirdes
  • andrade da silva
    07 set, 2016 lisboa 22:56
    todavia o tratamento de urgência é, seria segundo publicação no Google: Tratamento O golpe de calor é uma urgência e deverão ser tomadas medidas imediatamente para salvar a vida do doente. Se não for possível transferir rapidamente a vítima para um hospital, dever-se-á envolvê-la em lençóis ou panos molhados, submergi-la num lago, num riacho ou numa banheira de água fria e, inclusivamente, arrefecê-la com gelo enquanto se espera a transferência. Uma vez no hospital, é constantemente controlada a temperatura corporal para se evitar um arrefecimento excessivo. ....
  • Joao
    07 set, 2016 Porto 22:16
    O sadismo militar da nisto.Agradecemos intervençao do Sr Presidente da Republica
  • A. Aveiro
    07 set, 2016 Aveiro 20:39
    Como servi na guerra colonial o meu PAÍS, como Caçador Paraquedista. É pena haver comentários tão pobres de espirito como alguns aqui exarados, por certos comentadores. Claro de cobardes está o mundo cheio, aqueles que dizem não ser necessário Forças Armadas, com certeza não têm PÁTRIA. Também é sabido que a nossa vizinha Espanha, tem exercito para numa guerra convencional, derrotar Portugal em duas horas. Pois aqui é que consiste a existência das tropas especiais, especialmente Paraquedistas, Comandos e Fuzileiros Navais, porque as guerras são fáceis para os exércitos poderosos, mas a ocupação do terreno é que é difícil. Pois só militares sujeitos a treinos difíceis são capaz de combater os invasores. Estou com as famílias que perderam os seus queridos filhos e todos familiares, os meus sinceros pesamos. O que aconteceu a eles, podia ter acontecido a mim ou a outro qualquer militar das FORÇAS ESPECIAS, mas mais vale morrer com honra, pela defesa do nosso PAÍS, que morrer a fugir cobardemente com medo do inimigo. PORTUGAL, é a mossa PÁTRIA o nosso canto, vale apena o sacrifício por aquilo que é nosso. A liberdade e ser livre, tem consequências que implica o sacrifício de alguns, por isso, a todos aqueles que se disponibilizam para garantir a segurança de outros, o meu maior agradecimento.
  • Manuel Guerreiro
    07 set, 2016 Ermidas-Sado 14:45
    Fui voluntário á força para ser tropa especial, onde fiquei a saber dos meus limites físicos e psicológicos. Hoje só para lá vão os 100% voluntários. Não é um qualquer que por mais que legitimamente queira consegue ser tropa especial. Lamenta-se o ocorrido, mas são circunstâncias inerentes á instrução, por isso é que são tropas diferentes, são tropas especiais, e como tal, morrer em combate ou em instrução é sempre dignificante morrer por Portugal.
  • Sá Ferreira
    07 set, 2016 R. A. Madeira 14:41
    Até concordo que toda a gente ativa fosse tropa algum tempo. Mas sem exageros. O nosso Pais felizmente não está em guerra para quê instrução exagerada. Vejamos F. Área tem os 130 a decompor-se, a Marinha tem submarinos encalhados e o Exército não tem meios e estas forças só marcam presença. Qual a utilidade? Pergunto e médico que dizem estar presente nos treinos em que os militares exerciam e durante aquele espaço de tempo em que o parecido permaneceu na infernaria porque não o encaminhou mais cedo para o Hospital mais adequado. Já outros infelizes que partiram desta vida abriram inquéritos. Qual o resultado? Continua a ser mais do mesmo. Para os Familiares as minhas profundas condolências e que tenham coragem e seguirem em frente.

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