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Primeiro inquérito à morte dos comandos deverá estar pronto na próxima semana

23 set, 2016 - 11:51

Os dois militares participavam num treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete. Acidente ocorreu no dia 4 de Setembro e mãe de uma das vítimas diz que o filho foi obrigado a comer terra.

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O primeiro inquérito interno do Exército à morte de instruendos no curso de comandos, no início do mês, deverá ficar concluído na próxima semana. A Renascença apurou que o processo de averiguações internas deverá ser finalizado nos próximos dias e que outras linhas de orientação podem surgir.

O caso remonta a 4 de Setembro, quando dois militares morreram após treino feito sob temperaturas elevadas, durante o curso de comandos. Em causa estão as mortes dos militares Hugo Abreu e Dylan Silva.

Entretanto, a RTP adianta que um dos comandos que morreu terá sido forçado a comer terra depois de entrar em convulsão. Na sua edição online, a televisão pública cita testemunhos da mãe da vítima e de vários instruendos que adiantam essa informação.

À Renascença, o porta-voz do Exército não se alonga em comentários e recusa-se a comentar os resultados da reportagem, que revela novos dados sobre a morte do comando Hugo Abreu.

Vicente Pereira admite que “o Exército está disponível para colaborar perante as entidades competentes, como tem colaborado, de forma totalmente transparente”. Revela no entanto que os dados divulgados pela RTP podem ser uma nova linha de orientação da investigação.

“Acredito que a Polícia Judiciária Militar irá avaliar se vale a pena acrescentar estes dados à investigação. Será ela que deverá decidir o que fazer com o que revela a reportagem da RTP, porque é ela que tem a linhas de orientação”, adianta o responsável.

Noutro plano, e em relação às outras duas investigações que estão, nesta altura, no terreno, a cargo da Polícia Judiciária Militar e a da Inspecção-geral do Exército, deverão atrasar-se, devido à falta dos relatórios da autópsia.

Vicente Pereira avança que “o Instituto de Medicina Legal quer fazer novas análises à matéria recolhida durante a autópsia aos corpos dos comandos, apesar dos nossos colegas já terem sido enterrados”.

Hugo Abreu morreu no dia 4 de Setembro, depois de ter sido detectada a indisposição, devido a um "golpe de calor", de acordo com o Exército.

"Ficou internado em observação e ao final do dia, depois do jantar, o estado clínico do militar piorou. Foi decisão do médico transferi-lo para um hospital. Infelizmente, antes disso, o nosso camarada teve uma paragem cardio-respiratória e acabou por falecer", explicou na altura à Renascença o tenente-coronel Vicente Pereira.

No mesmo curso andava Dylan Araújo da Silva, também de 20 anos. Foi internado no dia 6 de Setembro, mas não conseguiu sobreviver aos problemas hepáticos e morreu uma semana depois.

O caso já desencadeou investigações na Justiça - instauradas quer pelo chefe do Estado-Maior do Exército, quer pela Procuradoria-Geral da República - e levou à suspensão dos cursos de Comandos do Exército.

Após uma interrupção do actual curso, 17 militares (um oficial, quatro sargentos e 12 soldados) desistiram, avança a RTP.


[Notícia actualizada às 14h45]

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  • carlos.cl
    23 set, 2016 lisboa 18:55
    De que valem os inquéritos? Isto já aconteceu no passado,também com inquéritos que não resolveram nada.Para forças especiais,gente formada para o efeito precisa-se e talvez seja difícil encontrar
  • Paulo Alexandre
    23 set, 2016 Mirandela 18:47
    Ainda não percebi bem o que se quer dos comandos.Percebo que houve duas mortes e há que esclarecer as causas.Agora a roda viva de noticias sobre a razão já me causa desconfiança.Dizem que é o Bloco e PCP a querer acabar com os comandos pela derrota que tiveram no 25 de Novembro de 75,será? E então onde está o PS que foi o que mais ganhou com a operação dos comandos? Soares já estava para ir para fora de Lisboa,mais propriamente o Porto para se refugiar dessa tentativa de golpe comandada pelo PCP e UDP(hoje BLOCO).Será? Não quero acreditar.Mas na verdade hoje com o PCP e BLOCO de mãos dadas com o PS de COSTA e CEZAR tudo é possível . Costa não olha a meios para ter o poder. Até vendia a alma ao diabo,pelo que tenho visto.Agora uma coisa, os comandos é uma tropa de elite e só vai para lá quem quer.No meu tempo, e que foi muito de tropa cá e lá fora no dito ex. ultramar, já nessa altura a obrigação militar era para todos,mas para ir para comando era preciso fazer provas duras,para saber ao que íamos.Por isso hoje só vai para lá quem quer e não é obrigado.De facto as provas são duras e a pressão é muita,mesmo dos próprios colegas.Mas se algum instruendo sentir que não aguenta, pode desistir e vir embora.Será que este recruta fez isso depois de provar a dureza dos exercícios? Lamento as duas mortes e daqui envio o meu pesar aos familiares. Mas aqueles que procuram desforra do 25 de Novembro,só digo que não vão por aí, porque um comando é o sempre até morrer .

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