Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Protesto de taxistas. “É legítimo, mas não se ponha o mundo ao contrário”, diz Costa

10 out, 2016 - 06:57

Primeiro-ministro sublinha que o Governo está a regulamentar o mercado e lembra que os taxistas mantêm determinadas vantagens, como benefícios fiscais.

A+ / A-

Veja também:


António Costa considera legítimo o protesto de taxistas, esta segunda-feira. O primeiro-ministro diz esperar que a manifestação decorra com normalidade e lembra que o que Governo está a fazer é regulamentar uma actividade que se mantinha sem cumprir regras.

"Convém que não se ponha o mundo ao contrário, porque o Governo está a regulamentar uma actividade de quem faz transporte de passageiros a coberto da plataforma Uber sem cumprir as regras que hoje existem. O que estamos a fazer é a regular esse mercado", afirmou aos jornalistas em Shangai, a meio do seu terceiro dia de visita oficial à China.

“A Uber em si é uma plataforma que não está sujeita a licenciamento ou qualquer regulação. A actividade de transporte de passageiros está e hoje havia um problema de concorrência desleal para os taxistas, que estão obrigados a uma série de regras”, acrescentou.

As regras permitem que a actividade oficial de táxi mantenha determinadas condições.

"Por exemplo, só os taxistas poderão beneficiar dos benefícios fiscais, só eles terão direito a ter praça de táxis, só eles poderão ter direito a apanhar um passageiro no meio da rua que estenda o dedo, enquanto outros só poderão prestar serviço a partir de uma plataforma, passam a estar sujeitos a regras de formação e a regras sobre a qualidade das viaturas, algo que até agora não havia. Estamos a regular uma actividade que, se nada se fizesse, continuaria a existir e a fazer concorrência desleal aos taxistas", sublinhou António Costa.

O primeiro-ministro, que espera que os protestos decorram “com total normalidade e serenidade", afastou ainda a hipótese de limitar o número de licenças de outros operadores de transporte de passageiros.

"Mas isso não faz sentido – e é esse o ponto de divergência [com os taxistas]", acentuou o primeiro-ministro que, depois, comparou este diferendo com o processo relativo à legalização das rádios locais na década de 1980.

"Não foi por isso que a Antena 1 deixou de existir, mas passaram a existir outras ofertas, que o público também desejava. É o que estamos a fazer com o sector de transportes de passageiros, onde espero que haja uma sã convivência entre todos", sustentou.

O protesto dos taxistas deverá causar grandes transtornos no trânsito em Lisboa. Prevê-se que participem seis mil táxis de todo o país, numa marcha lenta que parte do Parque das Nações, ao início da manhã, e segue até ao Parlamento.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Asdrubal
    13 out, 2016 Cascais 10:07
    Acho que está na hora de os CTT fazerem greve para acabar com a praga da internet que permite o envio de mensagens, documentos, fotografias, etc, etc, no minuto e grátis. Isto sim, é concorrência desleal e que tem vindo a afectar seriamente o monopólio dos CTT. Francamente... Os TAXIS, no modelo de negócio que mantêm há dezenas de anos inalterado já lá vão, é história e em muitos casos com facetas muito más! Ou se adaptam ou morrem, tão simples quanto isto.
  • demagogo
    11 out, 2016 Santarém 00:19
    O senhor Costa considera legítimo o protesto dos taxistas mas teve bem o cuidado de os desviar da AR para não ser incomodado nem os seus parceiros de governo enquanto no governo anterior apoiavam tudo o que era contra o governo e recebiam-nos à porta da AR com palavras de apoio e incitação contra o governo, como mudou de ideias tão depressa e mais os seus parceiros!
  • 10 out, 2016 LX 18:03
    Ó Marco Almeida, é muito simples: porque não existem frotas privadas de camionetas novas, numerosas e com capital que façam concorrência em termos de preços à Carris dado o elevado preço das mesmas ao contrário das empresas importadoras de automóveis que se meteram no negócio Uber com carros praticamente novos, coisa difícil de fazer com camionetas. Aliás, não serão assim tantos os motoristas Uber POP com carro próprio (menos de 7 anos e gama média), disso tenho quase a certeza absoluta. Os taxistas estão a travar um guerra quase inglória e desigual. O problema é o modelo de negócio e o que está verdadeiramente por deste mas parece que pimenta no cu dos outros é mesmo refresco!
  • Marco Almeida
    10 out, 2016 Olhão 11:39
    Oh Zé, bem vistas as coisas então porque é que as empresas de camionagem que fazem o serviço a partir de Lisboa para as localidades limitrofes não são obrigadas a praticar os mesmos preços e horários que a Carris, têm um serviço péssimo super caro e horários de 4° mundo e as pessoas refilam e as empresas fazem orelhas moucas, concorrência é bom e se for saudável ainda melhor, lógico que os taxistas estão a vêr o monopólio a ir pelo cano porque na Huber simplesmente o preço do serviço contratado é conhecido com antecedência e é isso que se paga já para não falar na limpeza das viaturas e na simpatia do motorista, têm aqueles que se modernizam e têm outros que não, quem não sabe ser taberneiro fecha a loja, sempre foi assim
  • 10 out, 2016 LX 10:39
    Caro OUTRO ZÉ, não tem nada a ver nem com monopólio nem com 2 ou 3 canais de televisão pois os canais de televisão "nacionais", por muitos que sejam, estão regulamentados e se quiser aí também poderá existir monopólio. Trata-se de estabelecer regras para serviços que usam as vias públicas, idênticos, para não dizer iguais independentemente da dita "plataforma" de requisição do serviço. Tão simples quanto isso.
  • Outro ZÉ
    10 out, 2016 Lisboa 10:10
    Caro Zé, lá forçado é, mas quem tem monopólio nunca gosta de o perder e o negócio dos taxis é como outro qualquer, a concorrência só faz com que o serviço possa melhorar (e já é bastante mau, daí tanta gente preferir as novas plataformas). Se as pessoas não gostassem de coisas novas e de experimentar plataformas mais eficientes ainda tínhamos só 2 canais na tv ou teríamos apenas um fornecedor de telefone (mas de fixo, os telemóveis seria modernice e concorrência desleal…).
  • 10 out, 2016 LX 08:27
    Comparar as rádios locais com o transporte de passageiros gerido por uma multinacional americana é um bocado forçado, para não dizer muito forçado!

Destaques V+