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Taxistas desmobilizam com promessa de novos protestos

11 out, 2016 - 06:15

Três detidos é o resultado mais evidente do protesto que deveria ter percorrido as ruas de Lisboa até à Assembleia da República, mas que cedo deu origem a confrontos. Dia 17 há nova manifestação.

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Os taxistas concentrados junto à Rotunda do Relógio, em Lisboa, abandonaram o local. Às 2h20 desta terça-feira o presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, recomendou a desmobilização e convocou um novo protesto para segunda-feira, desta vez junto ao Palácio de Belém e às Câmaras Municipais do Porto e de Faro.

Na sua de declaração aos taxistas, Florêncio Almeida afirmou que a PSP ameaçava começar a bloquear e a rebocar as viaturas e alertou que tal procedimento acabaria por ter custos legais, bem como uma comparência em tribunal ainda esta terça-feira, pelo que o melhor seria alterar o protesto para dia 17, a partir das 8h00.

Na mesma linha pronunciou-se o presidente da Federação Portuguesa dos Táxis, Carlos Ramos, para quem é preciso as pessoas perceberem que "vai ser possível envolver" um partido político (que já se disponibilizou), bem como o Presidente da República e as autarquias. Defendeu ainda uma "discussão aprofundada" sobre o assunto, porque estão a "lutar contra um gigante".

Quanto a balanços, Florêncio Almeida considerou, em declarações à agência Lusa, que o protesto foi "bastante positivo", apesar dos confrontos com a polícia e da violência dirigida a motoristas da Uber.

A marcha lenta começou no Parque das Nações, em Lisboa, e deveria ter seguido até à Assembleia da República, mas não avançou além da Rotunda do Relógio, perto do aeroporto, onde ocorreram os confrontos. Três pessoas foram detidas.

Durante o dia, os representantes do sector reuniram-se duas vezes com o Governo, mas sem que as suas pretensões fossem atendidas.

Os taxistas contestam a proposta do Governo de regulação da actividade das plataformas de transportes de passageiros, como a Uber ou a Cabify.

As plataformas permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para “smartphones”, mas estes operadores não têm de cumprir os mesmos requisitos (financeiros, de formação e de segurança) que os táxis.

O ministro do Ambiente já se mostrou disponível para alterar o diploma – por exemplo, diminuindo as horas de formação obrigatórias para os taxistas – mas mostra-se pouco redutível no que toca à limitação do número de carros utilizados pelas plataformas.

Das negociações de segunda-feira, ficou definido que o Governo irá convocar a Uber e a Cabify e que o projecto de lei fica suspenso durante oito dias.

Taxistas prometem ficar junto ao aeroporto por "dias indefinidos"
Resumo de um dia de protestos e confrontos

Em Portugal circulam cerca de 13 mil táxis todos os dias, dos quais 4.500 na Área Metropolitana de Lisboa e 1.700 na Área Metropolitana do Porto, segundo dados das duas associações.

A manifestação previa a participação de cerca de seis mil taxistas.

Comentários
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  • Martins
    11 out, 2016 LX 11:37
    Portanto, se eu, português e empreendedor, quiser posso abrir uma empresa com uns quantos carros à "civil", contratar uns "motoristas" bem parecidos e ir para o "mercado" através de uma app bem elaborada para transportar pesssoas e ganhar dinheiro com isso? E a resposta é: se fores Português *ESQUECE*! Ninguém te autoriza a fazeres isso. *MAS*, se fores americano já podes! Aliás, o governo até te vai ajudar a singrar alegremente não aplicando as leis que regulam o sector e até convocando as polícias para te protegerem dos taxistas esses mal-educados que andam para aí. Percebido!
  • Alberto Martins
    11 out, 2016 Lisboa 10:27
    Isto resume-se a os patrões dos taxistas não querem perder o monopólio de transporte de passageiros que lhes permite pressionar as bandeiradas e preços a seu belo prazer nem que seja pela via indirecta dos beneficios fiscais. Foram décadas a trabalhar sózinhos neste segmento de mercado. Ontem vi que os taxistas têm que ter 125 horas de formação. Espantoso. Formação em quê? Não se aplicando obviamente a todos, o que nós assistimos muitas vezes é ao comportamento de bestas sem educação e que não fazem a minima ideia de como lidar com os clientes. São os clientes que pagam o mau serviço e não os taxistas que fazem o favor ou o frete de transportar os passageiros. Aliás ontem voltou-se a ver mais uma vez o tipo de "profissionais" que são...ainda falam dos estivadores... Até o chefe dos patrões a ameaçar com porrada! Espero que numa próxima vez a policia não se limite a empurrões e detenções mas que utilize uma força devidamente proporcional á situação. É inadmissivel que desordeiros bloqueiem uma cidade prejudicando milhares de pessoas que querem trabalhar. Ainda por cima agiram de má fé. Convocaram a manifestação para determinado percurso quando a intenção era bloquear o aeroporto. As autoridades competentes deviam agir. Não se pode ficar dependente dos maus figados de gente que apenas pretende não perder o tacho. Quem não quer largar o tacho não são os taxistas precários mas sim os patrões. Mais de 40 anos depois do 25 de Abril não faz sentido existirem monopólios.
  • Dr. Xico
    11 out, 2016 Lisboa 09:24
    Os Portugueses esperam que segunda-feira as forças da autoridade façam o seu trabalho, que essa corja de malandros e mal feitores porcos e mal cheirosos dos taxistas pararam uma cidade inteira.
  • perderam
    11 out, 2016 lx 09:01
    Toda a razão...se é que a tinham! Quando se apanha um taxi geralmente somos confrontados com conversas por parte do condutor de fraseologia de direita radical, de tempos idos! As detenções de ontem evidenciam bem como se deixam infiltrar por elementos radicalizados...O governo esteve bem ao contrario do que alguns com responsabilidade jornaleira, agora opinam quanto a não ter sabido controlar a manifestação. Eventualmente o que pretendiam era que houvesse carga policial do principio ao fim para depois terem oportunidade de atacar o governo. Será que queriam aproveitamento politico?...

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