04 nov, 2016 - 10:41
No dia em que entra em vigor o Acordo de Paris, o ministro do Ambiente português admite que se trata de um plano ambicioso. Nestas declarações feitas na Renascença, João Pedro Marques Fernandes diz que já sentimos as consequências das alterações climáticas e deixa um alerta.
“Claramente, esta é a geração que não pode empurrar com a barriga. Até porque nós já não estamos a falar só de mitigar”, afirma o ministro João Pedro Matos Fernandes.
O governante lembra que apesar de este ser um problema global, cada cidadão pode contribuir: separar o lixo, beber água da torneira, andar a pé e ter pensamentos muito mais racionais naquilo que é a nossa mobilidade quotidiana e gastar menos energia nas nossas casas.
João Pedro Matos Fernandes acredita que ainda vamos a tempo. “As metas são ambiciosas e não são cumpríveis com este somatório de compromissos, por isso é que o acordo tem um mecanismo de actualização mais exigente a cada cinco anos até ao final do século”, considera o ministro, dando como exemplo Portugal. O país, no contexto da UE assumiu o compromisso de no ano de 2030 estar emitir menos 30 a 40% dos gases quando comparado com 2005 e este valor aparecer discriminado por cada sector de actividade.
Para o ministro fala-se muito do endividamento do país e esquecemos que temos uma dívida de recurso impressionante: "O planeta, no dia 8 de Agosto,
começou a
gastar recursos que eram de 2017. Só temos um fornecedor que é a
biosfera", sublinha.
O Acordo de Paris foi assinado por 197 países visa ajudar a salvar o planeta. O principal objectivo passa por combater a emissão de gases que provocam o efeito de estufa - impedir um aumento médio da temperatura em 2 graus Celcius nos próximos anos.
Essa meta foi alcançada a 5 de Outubro, quando a União Europeia (UE), que representa 12% das emissões, entregou a documentação de ractificação do acordo na sede da ONU.
Até então, os 61 países que já tinham ratificado o acordo somavam apenas 47,7% das emissões globais.