04 nov, 2016 - 00:28 • Ana Carrilho
A taxa de ocupação do alojamento local em Lisboa para os dias da Web Summit ronda os 70% e “poderá chegar aos 80 com o aproximar do evento”, admite António Quintão, sócio da Feel Like Home, uma das empresas que gere o aluguer de curta duração de várias casas em Lisboa.
O empresário admite que está a ser um Novembro muito bom, “mas longe da loucura que muitos esperavam” com a realização da maior conferência de inovação e tecnologia na capital.
Os apartamentos maiores, mais caros e localizados mais perto do Parque das Nações, onde decorre o evento, “voaram cedo”. Restam os mais pequenos e mais afastados, que nestes últimos dias até poderão ser alugados com boas promoções porque os proprietários não querem perder a oportunidade, vaticina António Quintão. Chegar a Lisboa sem reserva de alojamento pode ser uma aventura mas “ninguém corre o risco de dormir debaixo da ponte”.
Novembro é, em regra, um mês mau para ao alojamento local mas os dias da Web Summit vão transformá-lo num Agosto e com preços à altura. “Toda a gente está a praticar preços de época alta, o que significa o dobro do que é habitualmente cobrado nesta altura. Por exemplo, um apartamento T1, que seria alugado por 50-70 euros ao dia, nos dias da conferência poderá custar 130 -140 euros”, esclarece o empresário do sector, membro da Associação de Alojamento Local de Portugal (ALEP).
“Estes dias vão salvar o mês mas já vi outros eventos que geraram maior procura, como a final da Liga dos Campeões ou os fins de ano em Lisboa”, diz António Quintão.
Em média, os hóspedes vão ficar nos alojamentos 4-5 noites. Mas também há quem aproveite para ficar mais tempo, fazer férias com a família e conhecer o país ou pelo menos a região. Seja como for, são sempre clientes especiais, que “é preciso acarinhar”, até porque no próximo ano Lisboa volta a recebe a Web Summit e será necessário afinar estratégias de vendas, assume o sócio da Feel Like Home.
Airbnb “reclama” 15 mil viajantes nas casas da plataforma em Lisboa
Alguns proprietários usam plataformas para alugar as suas casas. Uma delas é a Airbnb que já fez saber que os “seus” alojamentos vão receber cerca de 15 mil viajantes para os dias 7 a 13 de Novembro, ou seja, para além da duração da Web Summit. Refere ainda que os proprietários deverão conseguir um rendimento superior a 2,8 milhões de euros. França, Alemanha, Estados Unidos, Holanda e Brasil são os países de origem de mais de metade destes hóspedes.
O director de Relações Públicas da Airbnb para a Europa, Médio Oriente e África também vem a Lisboa e vai participar num painel sobre a “real economia de partilha”. Patrick Robinson vai ficar num alojamento da plataforma.
Hotéis de Lisboa cheios
Os hotéis da capital estão cheios e os primeiros a esgotar as reservas para os dias da Web Summit foram os mais caros.
Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) diz que a taxa de ocupação hoteleira na capital deverá andar pelos 95%. O preço médio por quarto e por noite é 163 euros, ou seja, o dobro do atingido há um ano nesses mesmos dias (de 7 a 10 de Novembro).
A anteceder o Web Summit tem lugar o Surf Summit, a 5 e 6, na Ericeira. O único hotel – Vila Galé – está esgotado nesses dias mas logo a seguir fica praticamente vazio. Volta à ocupação habitual de Novembro, na ordem dos 35%.