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A jaula abriu-se e o lince ibérico foi conhecer o mundo que há fora da jaula

13 mai, 2016 - 18:01 • Lusa. Foto: Nuno Veiga/Lusa

Animal, nascido em Espanha, em 2015, tornou-se o 18.º animal da espécie já solto no Parque Natural do Vale do Guadiana.

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O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, disse esta sexta-feira que o nascimento de crias de lince ibérico no Vale do Guadiana, no concelho alentejano de Mértola, é “a prova do sucesso” do programa de reintrodução da espécie em Portugal.

“É, de facto, a prova do sucesso do trabalho que está a ser feito”, desde Dezembro de 2014, “e que está a devolver uma espécie a Portugal”, frisou o ministro.

João Matos Fernandes, acompanhado pela secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, falava aos jornalistas em Mértola, no distrito de Beja, após assistir à libertação do lince-ibérico Mistral.

O animal, nascido no Centro de Reprodução de Zarza de Granadilla, em Espanha, em 2015, foi libertado no Monte do Milhouro (Herdade da Sela), tornando-se o 18.º animal da espécie já solto no Parque Natural do Vale do Guadiana, no âmbito do projecto LIFE+Iberlince.

Questionado pelos jornalistas, o ministro do Ambiente, que abriu a porta da jaula em que o animal foi transportado até à herdade, considerou tratar-se de “um momento muito simbólico e de grande importância”.

“Este é um trabalho que começou a ser pensado em 2004” e os linces “começaram a ser soltos desde 2014”, disse o governante, realçando que, “sobretudo, é muito gratificante saber que, além dos 18 linces devolvidos à natureza, já nasceram crias sem ser em cativeiro”.

A 5 de Maio, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) anunciou ter a confirmação da existência da primeira cria de lince-ibérico nascida no Vale do Guadiana, filha da fêmea Jacarandá.

Esta quinta-feira à noite, o ICNF divulgou o nascimento de uma segunda ninhada da espécie, constituída por, pelo menos, duas crias, com cerca de dois meses e filhas da fêmea Lagunilla.

Mais linces serão soltos

Na cerimónia de libertação, João Matos Fernandes revelou que, ao longo deste ano, vão ainda ser soltos na natureza “mais alguns” linces, mas frisou que, neste tipo de processos, recomenda-se cautela.

“Nunca podemos cantar vitória numa coisa destas, é sempre um a um, por isso é que eles também são lançados um a um e continuam a reproduzir-se em cativeiro. Temos que ter sempre aqui muito cuidado com aquilo que fazemos”, ou seja, com a forma como corre a reintrodução da espécie, afirmou.

Questionado sobre se a existência deste animal selvagem em liberdade, na natureza, e a caça são compatíveis, o ministro frisou que o programa de reintrodução desta espécie em Portugal é “o melhor exemplo” dessa convivência.

“Esta é uma zona de caça e, por ser uma zona de caça, tem alimento para o lince” e o animal “pode ser aqui lançado, ao contrário de outras” áreas, “até com um valor mais simbólico, onde, por ausência de actividade humana, não existe possibilidade de poder lançar o lince”, argumentou.

O ministro reafirmou esta sexta-feira que o Governo está a preparar um plano para reintroduzir o lince ibérico na Serra da Malcata, o que poderá acontecer dentro de alguns anos.

Comentários
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  • Celso Raminhos
    19 mai, 2017 S. Brás de Alportel 20:36
    Primeiro estudar a doença do coelho que é a sua alimentação, nos tempos que correm é difícil de imaginar não haver cura par os coelhos, ou ensinar o lince a comer outras espécies(ovelhas,vacas, porcos etc.) a isto chama-se a carroça á frente dos Bois. O caçador não está disposto a ser ele a alimentar o Lince. é muito difícil atropelar um lince.
  • jonas
    15 mai, 2016 Braga 11:44
    Vão ter que mudar a dieta. Passam a herbívoros em vez de coelho passam a comer palha. Os tempos estão difíceis para todos.
  • EU
    14 mai, 2016 15:58
    Abriram a jaula e soltaram o bicho, e lá dentro meteram os animais que o soltaram!!
  • 14 mai, 2016 09:43
    Será que sobrevive no meio de eucaliptos e quase sem nada para comer a não ser nalgumas capoeiras?

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