17 nov, 2016 - 10:43
Contra o novo acordo ortográfico, cidadãos e professores entregam esta quinta-feira uma acção no Supremo Tribunal Administrativo. A acção impugna a resolução do Conselho de Ministros 8/2011, que manda aplicar o acordo de 1990 nas escolas.
“A ortografia deve ser uma norma e não deve variar ao sabor da forma como as pessoas pronunciam as palavras”, defende Artur Magalhães Mateus, autor da acção, uma iniciativa da Associação Nacional de Professores de Português (Anproport) e do grupo "Cidadãos contra o Acordo Ortográfico de 1990", constituído na rede social Facebook.
“Todos os problemas que estamos a ter, derivados do acordo ortográfico, devem-se a esta concepção científica, que é muitíssimo questionável. Uma norma para se escrever bem não pode dizer que ora se escreve assim ou assado, conforme uma pessoa esteja em Portugal ou no Brasil ou, mesmo em Portugal, diga ‘espectadores’ ou ‘espetadores’”, diz ainda, em declarações à Renascença.
Na opinião deste jurista e membro do grupo de cidadãos, o acordo de 1990 só prejudica a língua portuguesa. Se a acção judicial vingar, o acordo deixa de ser imposto nas escolas, pois não será vinculativo, e leva Artur Magalhães Mateus acredita que acabará por ser esquecido.
Questionado pela agência Lusa sobre se uma nova mudança na forma de escrever não iria confundir os alunos, responde que “regressar a uma grafia correcta e não responsável por novos erros é sempre positivo. Quando foi feita esta resolução do Conselho de Ministros, também ninguém questionou se seria penoso para as crianças".
Além disso, sustenta, a vantagem da mudança é uma grafia "muito mais lógica, mais fácil de aprender e que não causa erros como a de agora", tanto mais que, com o acordo de 1990, há palavras que estão a ser escritas e acentuadas de forma errada, defende.
A resolução do Conselho de Ministros 87/2011 (do XVIII Governo Constitucional, liderado por José Sócrates) mandou aplicar o acordo ortográfico de 1990 ao sistema de ensino, a partir de 2011/12.