23 nov, 2016 - 08:06
Um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA, sigla em inglês) revela que a poluição do ar causou 520.000 mortes prematuras em 2013, das quais 6.640 em Portugal.
As partículas finas associam-se a 6.070 mortes, o ozono a 420 e o dióxido de azoto a 150, especifica a EEA.
No total dos 28 Estados membros da União Europeia (UE), o número de mortes atribuídos a poluentes atingiu 520.000 em 2013, sendo 436.000 relacionadas com as partículas finas.
O número de mortes devido às concentrações de partículas finas é mais elevado na Alemanha, com 73.400, seguida da Itália, com 66.630.
O documento apresenta ainda dados de 2013 recolhidos nos Estados membros e analisa as concentrações de partículas inaláveis (PM10)e PM2.5, ozono e dióxido de azoto, poluentes que podem causar problemas de saúde, cardíacos, respiratórios e cancro.
Nas estações de medição portuguesas somente é apontada uma situação acima dos limites de concentração definidos pela UE, em Lisboa, na avenida da Liberdade, referente ao dióxido de azoto.
Melhorias não são suficientes
A análise efectuada mostra que, em 2014, cerca de 85% da população urbana da UE estava exposta a partículas finas em níveis que afectam a saúde, nomeadamente doenças cardiovasculares, asma e cancro do pulmão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A EEA refere ainda que as emissões de PM2.5 relacionadas com a queima de carvão e de biomassa nas habitações, assim como na área comercial e em edifícios institucionais não desceu para "níveis significantes".
Por outro lado, as emissões de amoníaco resultantes da actividade agrícola "continuam altas".
O director executivo da EEA, Hans Bruyninckx, citado no relatório, salienta que a redução de emissões levou a melhorias na qualidade do ar na Europa, mas "não o suficiente para evitar inaceitáveis efeitos" na saúde humana e no ambiente.
Para o responsável, é necessário atacar as causas da poluição do ar o que exige uma "transformação fundamental e inovadora" na mobilidade, energia e sistemas de alimentação.