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Mortes nos Comandos. Juíza responsabiliza médico e diz que não há provas que sustentem tese do MP

25 nov, 2016 - 12:41

Dois militares morreram na sequência do treino em Setembro. A magistrada aponta críticas às conclusões do despacho de acusação do Ministério Público.

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A juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, que ouviu na última sexta-feira os sete arguidos do caso do curso de comandos, discorda das palavras da procuradora Cândida Vilar, titular do processo no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, que considerou que o sete arguidos agiram motivados por raiva e ódio irracional, avançou o “Expresso Diário”.

A juíza Cláudia Pina escreve, segundo aquela publicação, que “os crimes foram praticados na perspectiva do Ministério Público por raiva e ódio irracional: motivações que são claramente subjectivas e não resultam da prova produzida até à data no inquérito”.

No despacho, a magistrada diz que o contexto dos factos “é uma instrução para acesso a um corpo militar de elite, ao qual se exigem especiais características e resistência física, sendo claramente o objectivos dos arguidos, ainda que algo distorcido em alguns casos, preparar os instruendos para a guerra, não sendo lógico que pretendessem sujeitar, por mero prazer sádico, os instruendos seus futuros camaradas de sevícias”.

Ainda assim, a juíza diz que com excepção do director da prova, o tenente-coronel Mário Maia, e o tenente Pedro Fernandes, responsável pela instrução de tiro, os outros arguidos não respeitaram as condições de segurança que estavam previstas no guião da prova, não oferecendo água suficiente aos instruendos.

Apontou ainda baterias ao médico Miguel Domingues que é acusado pela magistrada de não assegurar a Hugo Abreu e Dylan Silva [as duas vítimas mortais] os cuidados médicos que o estado de saúde dos dois jovens exigia. A magistrada considera as explicações do clínico como “claramente insuficientes”.

O 127.º curso de Comandos termina esta sexta-feira com cerca de um terço dos 67 candidatos iniciais.

Dois militares morreram na sequência do treino na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que decorreu no dia 4 de Setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.

No dia 20 de Outubro, o Exército já tinha anunciado que tinha aberto dois processos disciplinares por terem sido apurados "indícios da prática de infracção disciplinar" na sequência do processo de averiguações instaurado.

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  • Eugénio Pinto
    25 nov, 2016 Atouguia Da Baleia 15:35
    Porventura, estarão as duas juizes a exagerar.... a Senhora Procuradora não poderá estar muito errada dado que a investigação dura há vários meses com a colaboração da polícia judiciária militar e terá muitos testemunhos e provas que sustentaram a sua acusação e apresentação de diversos militares a um juiz... A questão é que colocou oficiais de alta patente em causa.... Estes, ao serem ouvidos pela Senhora Juiz do Processo desculparam-se ou melhor, como foi noticiado, não falaram.... o único que falou, o médico com a patente de capitão, é o único que foi considerado, para já, culpado. Preparar uma tropa de élite tem de ter em conta quem é apurado para tal e condições de treino. Sem quaisquer dúvidas terão de estar preparadas para todo e qualquer cenário de guerra.... Iraque ou Afeganistão com 30 ou 40 e mais graus centigrados... mas só depois de concluirem o Curso e nunca antes!.... Já agora.... muito gostava de saber qual a razão para a ausência esta manhã do responsável da Polícia Judiciária Militar da cerimónia de conclusão do Curso de Comandos, ao qual pertenciam os falecidos. A RTP adiantou que não foi convidado, o que acontece pela primeira vez!... Será que os Chefes militares não gostaram do desempenho desta Polícia no inquérito?!?!?!....
  • Mafurra
    25 nov, 2016 Lisboa 15:26
    Mais uma vez o Ministério da Justiça dá as "voltas" que lhe convém ! Como diz o Luís e muito bem, foi mais uma vez feita justiça "à Portuguesa"...
  • JR
    25 nov, 2016 Lisboa, Puto 15:00
    Porque carga de água é que estes militares estão a ser julgados por tribunais civis? E porque carga de água é que este julgamento é público? E porque carga de água é que já estão culpados e fuzilados pelos bostas dos média? E porque não há um fi lhu de pu ta neste País em jornal nenhum que fale do 25 de Novembro. Foi graças aos comandos que hoje não andamos com uma foice e um martelo nas mãos. Pu ta que pariu os comunas. Este País é só comunas, traidores e carneiros.
  • Jorge
    25 nov, 2016 Lisboa 14:50
    Para quando uma revolução na Justiça em Portugal? Se há coisa que nos deve envergonhar neste país é o sector da (in) justiça, uma casta que brinca com os pobres e desprotegidos, saciando uma elite que se perpetua no poder.
  • vitor
    25 nov, 2016 Lisboa 14:34
    Qualquer dia os instrutores podem fazer o que quiserem, em que os recrutas já chegam mortos ao hospital, e a culpa é do médico.
  • António Cunha
    25 nov, 2016 Setúbal 14:25
    Justiça Made in Portugal! Alguma vez a culpa seria dos sargentos e restante chefia militar...
  • José Soares
    25 nov, 2016 Abrantes 14:12
    Parece-me um despacho equilibrado e objectivo. Eles podem ter-se sentido mal de tarde, mas não há justificação para terem demorado tanto tempo a ir para o hospital... Mas esses médicos de messes já se sabe como é que é
  • Luis
    25 nov, 2016 Lisboa 13:40
    Estes não vão ser presos, já se viu. Não é para admirar. Em compensação um elemento da Guarda Nacional Republicana foi condenado porque no exercicio das suas funçõe por acidente matou o filho menor de um crimonoso, que acompanhava o pai, quando este procedia a um assalto. O Guarda cumpriu a sua obrigação, ignorava a presença do menor, matou por acidente e é condenado. Os senhores comandos mataram por razões inaceitáveis e ainda vão acabar por ser condecorados. Os Portugueses há muito que têm vergonha da Justiça que têm, Agora, começam a ter receio dessa mesma InJustiça.
  • Henrique
    25 nov, 2016 Londres 13:37
    Mas que novidade, Pagam sempre os mais fracos,
  • manuel silva
    25 nov, 2016 porto 13:31
    Esta mulher deveria comer terra para saber o que é bom. Falar com o cuzinho bem confortavel na cadeira não custa nada.

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