14 dez, 2016 - 11:57
A directora executiva da UNICEF Portugal diz que a pobreza infantil em Portugal continua a ser preocupante. “A situação das crianças portuguesas agravou-se nos últimos anos, e há vários estudos, da UNICEF e não só, e os dados são muito preocupantes.”
Em entrevista à Renascença, Madalena Marçal Grilo afirmou que a situação das crianças agravou-se nos últimos anos e chama a atenção para as consequências e os efeitos da pobreza nos mais novos.
“Por um lado, quase um quarto das crianças portuguesas vive em situação de pobreza, e depois, aquilo que a UNICEF também publicou num relatório em meados do ano, foi exactamente o aumento das disparidades - não o fosso entre as que tem mais e as que tem menos - mas entre aquelas que estão na mediana dos rendimentos e aquelas que estão no final da escala”, sublinha Madalena Marçal Grilo.
“Chamando a atenção para os efeitos destas disparidades, significa também carências; como é que pobreza afecta as crianças hoje e como afectará no futuro”, alerta ainda a directora executiva da UNICEF em Portugal.
A crise económica atirou Portugal para a lista de países onde as crianças mais pobres vivem em piores circunstâncias. Desse grupo fazem parte ainda o Chipre, Espanha, Grécia e a Itália.
Cerca de 385 milhões de crianças, entre os zero e os 17 anos de idade, viviam em 2013 em situação de pobreza extrema, segundo um estudo conjunto da UNICEF e do Grupo do Banco Mundial. Os dados fazem parte do relatório “Terminar com a Pobreza Extrema: Um Foco nas Crianças” (na tradução para português), relativo a 2013, que revela que as crianças têm duas vezes mais probabilidades de viver na pobreza extrema do que os adultos.