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“Drones de lazer são os que provocam mais acidentes"

14 dez, 2016 - 10:20

Director do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves diz na Renascença que faltam meios para responder à crescente utilização de drones. Hoje, é apresentada uma proposta de regulamentação.

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A utilização de drones por parte da população em geral levanta questões sobre eventuais violações de privacidade e segurança no solo, uma vez que os aparelhos podem cair e causar danos em pessoas ou bens. Além disso, estes aparelhos telecomandados podem representar perigo para a própria aviação.

“São os drones de lazer que têm vindo a provocar os incidentes. As pessoas saberão que há regras da União Europeia, mas prevaricam”, afirma o director do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves.

Convidado do programa Carla Rocha – Manhã da Renascença, Álvaro Neves destaca os principais cuidados a ter quando se manipula um drone.

Antes de tudo, “ir à página da ANAC [Autoridade Nacional de Aviação Civil] ou da EASA [Agência Europeia para a Segurança na Aviação] e fazer o download do documento que lá está sobre regras básicas – entre elas, não sobrevoar aglomerados de pessoas, não entrar nos perímetros de aeroportos, não operar sobre pistas, não operar com a aeronave acima do obstáculo mais alto, à sua vista e onde o drone está. Assim, não irá pôr em risco bens, pessoas nem aviões que circulam a baixa altitude”.

O aeroporto de Lisboa viveu, no domingo, dia 11, o incidente que Álvaro Nevesa considera “mais significativo” até agora.

“A partir das 14h00, foi avistado um drone dentro do perímetro – isto é, à vertical da plataforma de estacionamento das aeronaves – a filmar as aeronaves. Num momento, move-se para os ‘taxiways’ e depois foi avistado um segundo drone. Andaram, portanto, dois drones dentro do perímetro, a filmar as aeronaves estacionadas, bem como pistas”, conta.

Isto “obrigou o aeroporto a tomar medidas: esteve cerca de 20 minutos com os aviões a descolar parados e com problemas nas aproximações, até que os dois equipamentos fossem avistados a deixar a zona e o perímetro”

O caso é classificado por este responsável como “extremamente grave e preocupante”.

Nova legislação vem preencher vazio legal

É apresentado esta quarta-feira, às 15h00, o primeiro regulamento em Portugal sobre drones.

A proposta tem estado em consulta pública nos últimos meses, por iniciativa da Autoridade Nacional de Aviação Civil, numa altura em que a utilização de drones p ara as mais variadas finalidades tem vindo a crescer, a par das notícias sobre incidentes a envolver estes aparelhos que servem, na sua maioria, para captar imagens aéreas.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves aguarda agora uma solução que dê também resposta à falta de meios do organismo.

“O gabinete não tem capacidade e estamos neste momento com imensos processos de acidentes e incidentes que já aconteceram. São mais de 100”, anuncia Álvaro Neves na Renascença.

“Sem esses meios não temos a possibilidade de alocar ninguém para poder trabalhar este novo fenómeno, com o qual temos de perceber que temos de conviver, porque a indústria dos drones vai crescer exponencialmente e este tipo equipamentos vai, com toda a certeza, conviver com a aviação tripulada”, defende o director daquele gabinete.

Álvaro Neves diz que já alertou o Governo para a situação e aguarda “uma resposta para uma solução de futuro para o organismo”.

Esta quarta-feira de manhã, no âmbito do programa Carla Rocha – Manhã da Renascença, houve um drone a sobrevoar as instalações do Grupo Renascença Multimédia. Pode ver as imagens aqui.

Comentários
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  • Fabio Pereira
    26 jun, 2017 Casa 11:53
    Não é por proibirem os drones que se vai resolver o problema, santa ignorância. Vamos também proibir o álcool para acabar com acidentes rodoviários....
  • Arnaldo Fernandes
    14 dez, 2016 Alcochete 14:14
    É evidente que os diversos interesses públicos em presença obrigam urgentemente a duas medidas: proibir a venda sem licenciamento prévio, a conceder por entidades competentes para o efeito (ao nível central ou autárquico) e publicação de regulamentação adequada ao necessário licenciamento e utilização desses drones. Tudo isto precedido duma proibição transitória de venda e de utilização, pois os perigos iminentes assim o impõem.
  • tangará
    14 dez, 2016 CASTELO BRANCO 13:34
    Que se regulamente que todo e qualquer drone invadindo áreas ou perímetros dos aeroportos SEJAM IMEDIATAMENTE ABATIDOS, nem que tenha de descolar um F-16 para o efeito; talvez assim fiquem cientes do atropelo e segurança da navegação aérea.
  • Rodolfo
    14 dez, 2016 Queijas 12:55
    Porque não proíbem os drones? Estão à espera do quê?? Estes retiram também a privacidade das pessoas nas suas propriedades.
  • rosinda
    14 dez, 2016 palmela 12:45
    Quando os ladroes sao importantes ate fazem sair para a ribalta outras pessoas ! A felgueiras ja e capa de jornal!
  • rosinda
    14 dez, 2016 palmela 12:35
    Apanham. Ladroes pelo faceboo! Sera que o plasma tambem e para vender no facebook!
  • pipa
    14 dez, 2016 lisboa 12:11
    e acabarem com os drones esta resolvido
  • rosinda
    14 dez, 2016 palmela 11:29
    Senhor bastos se conduzir nao beba pode ser multado pela sic!

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