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Marcelo quer salvar a Cornucópia

17 dez, 2016 - 16:55

Chefe de Estado defende “estatuto de excepção” para o teatro. Encenador da Cornucópia e o ministro da Cultura estiveram à conversa.

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Marcelo quer salvar a Cornucópia
Marcelo quer salvar a Cornucópia

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, propõe “estatuto de excepção” para o teatro da Cornucópia.

Marcelo Rebelo de Sousa marcou presença antes do último espectáculo da companhia, chegou mais cedo e ficou à conversa com o encenador Luís Miguel Cintra.

A conversa passou a ser a três, com a chegada do ministro da Cultura, e transformou-se numa espécie de negociação. Luís Filipe de Castro Mendes não se compromete, refere que as negociações vão continuar, mas garante que a ideia é salvar o espaço.

Ao fim de uns 20 minutos de conversa, depois de os diretores do teatro reiterarem que não têm condições financeiras para continuar e o ministro referir que está a atuar face a um cenário de encerramento comunicado pela companhia, o Presidente da República procurou "fazer um ponto da situação".

"Mas hoje, dia 17 de Dezembro de 2016, aquilo que eu ouvi dizer foi: nós estamos na disposição de repensar no sentido de continuar. Diz o senhor ministro: pois muito bem, nós estamos a falar, passamos a falar nessa onda. Até agora estávamos a falar na onde de fechar, a partir de agora passamos a falar na onda de não fechar, de fazer, ver se é possível. Eu acho que é isso que importa fazer", propôs.

Luís Miguel Cintra disse que "a situação continuaria exactamente na mesma de acordo com aquilo que o senhor ministro está a dizer que está disposto a fazer", acrescentando: "Percebo que seja difícil tomar uma decisão para fazer uma excepção. Perante isso eu não discuto. Eu verifico e digo: assim, a gente acaba".

Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que se falasse "perante o novo cenário, perante o cenário que se admite, que é, em vez de acabar, continuar, se houver condições para continuar".

"Então aí o Ministério continua a falar convosco, sempre no quadro de que são uma excepção, porque são um caso diferente dos outros casos, para ver se é possível esse cenário", sugeriu, defendendo que "vale a pena falar mais um bocadinho, para ver se é possível ou não um projecto que não seja o do encerramento".

O ministro da Cultura afirmou, então, que "as conversações nunca foram encerradas, as conversações estão em curso, e continuam em curso".

"Foi boa ideia ter cancelado a ida a Castelo Branco, porque isto permite aqui, nesta nesga de esperança, ter aqui a sua presença, que é importante", concluiu o Presidente da República.

Luís Miguel Cintra agradeceu as presenças do chefe de Estado e do ministro e pediu-lhes que acreditassem que não está "a fazer chantagem de espécie nenhuma como é costume fazer-se na política", mas simplesmente a constatar as condições reais para a companhia se manter. "E isto não é uma forma de pressão sobre o Ministério".

Antes de se levantar, Marcelo Rebelo de Sousa observou: "Algum dia eu teria o sonho de não estar sentado na cadeira e vir a discutir aqui para o palco, é sempre o sonho de todos os espectadores".

Comentários
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  • Ai Jesus
    18 dez, 2016 a 09:41
    "Se foi boa ideia cancelar a ida a Castelo Branco e ficar aqui no quentinho do aquecimento central a discutir como se gasta o dinheiro de quem anda a trabalhar em vez de estar a apanhar com o frio da serra da estrela? Ui se foi... Maravilha, o que são uns milhões de euros deitados ao caixote do lixo? Nada, estes portugas têm boé dele... Agora a sério, onde fica Castelo Branco? Ainda é portugal...?"
  • Ui
    18 dez, 2016 a 09:32
    De excepção em excepção até ao excepcional....!
  • è
    18 dez, 2016 a 09:25
    Carls, continuando..." isto é que vai uma crise..."
  • Anónimo nestas coisa
    17 dez, 2016 Santarém 23:59
    Os palhaços estão sempre contentes: esta empresa Porque é teatro, é excepção e tem de ser salva, as outras que mandam centenas de trabalhadores para o desemprego e famílias que ficam na miséria, essas "que se danem". Já agora o ministro ia à província? Cancelou! Os portugueses do interior têm de perceber que são de segunda, o que é que eles querem?
  • Vitor Manuel Marques
    17 dez, 2016 Amadora 22:39
    Em primeiro os meus parabéns para o trabalho que os artistas tiveram e têm que dão vida ao Teatro "Cornocupia" De seguida porque temos um Presidente da República interventivo sempre procurando reconciliar posições.Oxalá não acabe esse grupo.
  • Manuela Faria
    17 dez, 2016 Lisboa 21:07
    Parece a pouco e pouco que caminhamos para um sistema presidencialista.O outro nâo se importa, o que quer é ver o Marcelo a distrair o povo e desviar a atençâo das faltas na governaçâo e das mentiras e intençôes politicas nâo cumpridas.E assim costa caminha e ganha votos por ceder o lugar ao Marcelo.Sim senhor! A política com actores mediocres é assim.
  • João Lopes
    17 dez, 2016 Viseu 20:43
    E fácil ser generoso com o dinheiro dos outros. Se um espetáculo não consegue ter espectadores, por que há de ser subsidiado?
  • armando
    17 dez, 2016 setubal 20:36
    um pequeno luxo do nosso presidente , devia , se houver apoio financeiro deslocá-lo do orçamento da presidência . o governo tem de olhar por muitas outras coisas e se de teatro se fala por muitos outros grupos de teatro. sugestão , arranjar empresas mecenas e o estado não tributar o dinheiro dos apoios . acho que o carlos sousa fez isso em setúbal .
  • Manuel Simao
    17 dez, 2016 Porto 20:26
    Lá vamos nós contribuir para mais um peditório.
  • carls
    17 dez, 2016 estão 20:18
    Este país é um colosso!!!! stá tudo grosso

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