28 dez, 2016 - 12:42
O director-geral da Saúde, Francisco George, diz que a opinião do bastonário da Ordem dos Médicos sobre a Linha Saúde 24 não representa o que pensa a maioria dos clínicos portugueses.
A Direcção-geral da Saúde (DGS) tutela a Linha Saúde 24, um serviço de atendimento que o bastonário da Ordem dos Médicos considera inútil e que “devia ser extinto”.
“O médico José Manuel Silva fala como médico, é a sua opinião, mas não como bastonário. Essa não é, seguramente, a opinião dos 40 mil médicos portugueses e de todos os cidadãos”, reage, à Renascença, Francisco George.
“As pessoas que ocupam cargos de representação não devem ter opiniões sem estarem seguras se reflectem ou não o sentimento daqueles que representam. Os médicos, no conjunto, não têm essa visão”, reforça.
O director-geral da Saúde diz ainda que se trata de uma “linha de grande eficácia” e que “há trabalhos de carácter científico que comprovam a utilidade da linha, sobretudo para evitar que as pessoas façam mais pressão nos serviços de urgência”.
A polémica em torno da Linha Saúde 24 surgiu depois de denúncia do serviço de urgência do Hospital Pediátrico de Coimbra, que revelou que uma falha informática está a impedir, há cerca de um ano, que ali cheguem doentes encaminhados pelo serviço telefónico.
Francisco George assegura que a situação está a ser analisada e que será rapidamente corrigida.
Marcar consultas pelo telefone
O director-geral da Saúde diz ainda que está em curso uma reformulação da Linha Saúde 24 que permitirá “evoluir para um ‘call center’ mais completo, com indicações mais precisas”.
“É isso que está neste momento em fase muito adiantada, já em concurso. Vamos ter um centro de contacto muito completo onde será possível marcar consultar, endereçar informações, receber informações, um sistema muito completo de aconselhamento para os portugueses”, detalha.
O Sindicato dos Enfermeiros admite falhas na Linha Saúde 24, mas diz ser exagerada a reacção do bastonário dos Médicos.