03 jan, 2017 - 14:37
Mais de 2,3 milhões de portugueses recorreram à Linha Saúde 24 em quase 10 anos de funcionamento, segundo dados esta terça-feira divulgados, que mostram que são encaminhadas para as urgências 20% das pessoas que recorrem a esse serviço telefónico.
Segundo uma nota da Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgada esta terça-feira, em média são atendidas 2.600 chamadas por dia.
Um estudo recente citado pela DGS refere que são encaminhados para as urgências hospitalares cerca de 20% dos cidadãos que contactam a Saúde 24, enquanto perto de 30% recebem a indicação para autocuidados.
Segundo explicou à agência Lusa o coordenador da linha, o enfermeiro Sérgio Gomes, os restantes casos correspondem a pedidos de informação ou a situações em que é dada indicação para os utentes serem observados nos cuidados primários de saúde.
Cerca de metade da actividade do centro de atendimento Saúde 24 realiza-se entre as 17h00 e as 2h00, bem como aos fins-de-semana, "concentrando-se em períodos em que os utilizadores para avaliação do seu problema de saúde têm como resposta, maioritariamente, os serviços de urgência".
A DGS frisa ainda que a procura se intensifica no inverno, representando mais de 40% da actividade anual.
Quanto aos utilizadores mais frequentes, é o grupo até aos 10 anos de idade e dos 25 aos 44 anos. As mulheres e os residentes nas grandes cidades do litoral estão também nos grupos mais prevalentes.
Segundo a nota da DGS, os idosos estão a utilizar mais a linha Saúde 24 e representam actualmente 17% do total dos utilizadores.
Polémica
No final de Dezembro passado, a Linha Saúde 24 esteve no centro de uma polémica. Uma falha no sistema informático impediu as informações de utentes encaminhados pela linha de chegarem ao Hospital Pediátrico de Coimbra.
O bastonário da Ordem dos Médicos pediu o fim da linha, que considera inútil. Enfermeiros e o director-geral da Saúde consideraram as críticas exageradas, defendendo a manutenção do serviço.