07 jan, 2017 - 18:23
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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, homenageou Mário Soares como “um dos raros líderes políticos de verdadeira estatura europeia e mundial”, a quem os portugueses devem “em grande medida, a democracia, liberdade e respeito pelos direitos fundamentais”.
“Presto a minha homenagem a Mário Soares, certo de que figurará na nossa memória e na história do nosso país, como um homem livre que quis que todos nós vivêssemos em liberdade e que lutou toda uma vida para que isso fosse possível”, afirma o secretário-geral da ONU, numa declaração enviada à Lusa.
Na nota, o antigo primeiro-ministro português diz ter tomado conhecimento da morte do ex-Presidente “com profunda emoção e um agudo sentimento de perda”.
Na mensagem, Guterres começa por transmitir à família de Mário Soares e, em particular, aos filhos e netos do antigo Presidente, as suas “sentidas e amigas condolências”.
“Falei já com os filhos, Isabel e João, junto de quem expressei a minha solidariedade neste momento doloroso do falecimento do seu pai”, menciona.
“É, em grande medida, a ele que devemos a democracia, a liberdade e o respeito pelos direitos fundamentais de que todos os portugueses puderam usufruir nas últimas décadas e que são hoje valores adquiridos no nosso país”, considera António Guterres, na mensagem.
Estatura europeia e mundial
Mas, acrescenta, “a dimensão do legado de Mário Soares ultrapassa em muito as fronteiras de Portugal”.
Por um lado, porque o país lhe deve a sua “plena integração” na comunidade internacional, mas também porque “o seu apego à liberdade e à democracia fazem dele um dos raros líderes políticos de verdadeira estatura europeia e mundial”, lê-se na declaração do secretário-geral das Nações Unidas.
António Guterres afirma ainda que, “pelo seu empenho político firme e corajoso e pelos princípios e valores que coerentemente prosseguiu ao longo da vida”, Mário Soares “moldou a vida política em Portugal de forma indelével”.
“A liberdade foi sempre o seu valor de referência”, refere também.
Mário Soares, que morreu este sábado aos 92 anos, desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.