07 jan, 2017 - 18:14
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O presidente da Comissão Europeia salientou que a vida do seu "amigo Mário" Soares se confunde com a história recente de Portugal e "com episódios marcantes do processo de construção da União Europeia" e que a Europa perde um pouco de si.
Para Jean-Claude Juncker, Soares foi "orgulhosamente português" e "orgulhosamente europeu", destacando ainda que "com o seu desaparecimento, Portugal e a Europa perdem um pouco de si".
Numa nota pessoal, destacou também que "o meu amigo Mário nunca virou a cara à luta e às responsabilidades de um democrata".
No comunicado, o presidente da Comissão Europeia salientou ainda "a resistência à ditadura e a luta determinada por uma transição do seu país para a democracia", considerando Soares "símbolo e artífice deste processo".
"Mário Soares contribuiu para tornar irreversível um processo de democratização que alastraria pelo Sul da Europa e que colocou Portugal, mas também Espanha e Grécia, no caminho da adesão ao projecto europeu, âncora desses valores democráticos", considerou.
"A vida de Mário Soares deixa-nos na altura em que celebramos os 30 anos da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia onde, sem surpresa, é o seu nome que consta do tratado de adesão", escreveu.
O antigo Presidente da República Mário Soares morreu hoje aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, onde se encontrava internado desde o dia 13 de Dezembro.
Mário Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.
Nascido a 7 de Dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respectivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.