08 jan, 2017 - 12:33
Morreu este domingo o médico Daniel Serrão, especialista em ética da vida, vítima de problemas respiratórios decorrentes de um atropelamento que sofreu há mais de dois anos. O funeral realiza-se esta segunda-feira pelas 9h45, saindo da Igreja da Lapa, no Porto.
Reconhecido pelo seu trabalho no campo da ética e da bioética, o professor tinha 88 anos e foi também conselheiro do Papa por ser membro da Academia Pontifícia para a Vida.
Daniel dos Santos Pinto Serrão nasceu em 1 de Março de 1928 em Vila Real. Em 1944, completou o Curso Geral dos Liceus em Aveiro com 18 valores e, um ano depois, termina o Curso Complementar de Ciências, também com 18 valores.
Em 1951, termina o curso de Medicina na Universidade do Porto, com média final de 17 valores. Em 1959, doutorou-se com 19 valores e, em 1961, concorre a professor extraordinário de Anatomia Patológica, concurso onde é aprovado por unanimidade.
Cumpre o serviço militar obrigatório, de 1951 a 1953, prestando serviço no Hospital Regional n.º 1 do Porto. De Outubro de 1967 a Novembro de 1969, esteve em Luanda, Angola, onde prestou serviço no Hospital Militar como anátomo-patologista. Deixou a guerra como Major.
Em 1971, concorre a Professor Catedrático e foi aprovado, mais uma vez por unanimidade, tendo assumido a direcção do Serviço Académico e Hospitalar de Anatomia Patológica.
Em 1975, montou um laboratório privado de Anatomia Patológica e, de 24 de Junho de 1975 até 30 de Junho de 1976, esteve demitido de todas as suas funções em consequência de um saneamento selvagem, que foi anulado por decisão do Conselho da Revolução, tendo-lhe sido pagos os vencimentos dos doze meses durante os quais foi impedido de exercer as suas funções académicas e hospitalares.
Foi jubilado em 1 de Março de 1998.
Ao nível pessoal, casou em 1958 com Maria do Rosário de Castro Quaresma Valladares Souto, de quem teve seis filhos (um deles falecido em 1993). Tem nove netos.
Em 2014, foi atropelado numa passadeira, no cruzamento das ruas do Conde de Avranches com S. Tomé, no Porto, e esteve internado no Hospital de S. João.