Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Novo aeroporto. Zero quer respostas sobre opção Montijo

29 jan, 2017 - 10:03

Associação ambientalista quer saber o que está previsto em matéria de acessibilidades, conservação da natureza, ruído e poluição do ar.

A+ / A-

A Zero defende a realização de estudos de impacto ambiental sobre as alternativas ao aeroporto de Lisboa e alerta para questões a esclarecer na opção pelo Montijo, como acessibilidades, conservação da natureza, ruído e poluição do ar.

"O estudo de impacte ambiental deve olhar para diferentes alternativas, revendo aquilo que está previsto em relação a Benavente e justificando não avançar com essa opção, o que nos parece positivo do ponto de vista dos recursos envolvidos para a construção de um novo aeroporto de raiz", disse à agência Lusa o presidente da Zero.

Francisco Ferreira referiu também a necessidade de analisar a gestão combinada do aeroporto Humberto Delgado com o aeroporto do Montijo.

Salientando que a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) "deverá ser inequivocamente obrigatória", o especialista refere que "tudo indica que a complementaridade feita pelo aeroporto no Montijo é bastante positiva".

Nos últimos dias, vários órgãos de comunicação social têm avançado que o Governo e a ANA -Aeroportos de Portugal se preparam para assinar o memorando de entendimento para desenvolver os estudos necessários à utilização da base aérea do Montijo como aeroporto complementar ao Humberto Delgado, em Lisboa.

A Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, listou cinco questões "críticas na avaliação da utilização da base aérea do Montijo para fins civis", alternativa que, no entanto, reconhece poder representar "uma enorme poupança de recursos" relativamente à construção de uma estrutura nova, em Benavente.

A conservação da natureza "é talvez um dos maiores problemas", explicou Francisco Ferreira, já que se trata do estuário do Tejo, de uma zona de protecção especial e reserva natural, uma área atravessada por várias rotas migratórias de pássaros.

As aves são também "um problema para as próprias aeronaves" pelo aumento de risco de colisão, o que "é sério e tem de ser devidamente equacionado e esclarecido", alertou.

O ruído é outro assunto que inquieta os ambientalistas pois, a manter-se a orientação predominante das pistas, a zona da Baixa da Banheira, no município da Moita, "é fortemente afectada".

Os aeroportos são uma preocupação pelos poluentes emitidos, como as partículas e os óxidos de azoto.

A aviação representa 5,2% das emissões nacionais, com um aumento de 28,5%, entre 2000 e 2014, uma tendência, "benéfica para vários sectores, como o turismo, [mas que] acaba por ser muito difícil de encaixar" no objectivo de, em 2050, Portugal ser neutro em carbono, meta anunciada pelo primeiro-ministro.

A Zero quer saber como será o acesso ao aeroporto do Montijo e Francisco Ferreira enumerou a possibilidade de ser de barco, utilizando o cais do Seixalinho, no Montijo, por exemplo, de meios rodoviários ou da extensão da linha ferroviária do Pinhal Novo até ao aeroporto do Montijo e do Metro Sul do Tejo, que "estava previsto ligar todo o arco ribeirinho sul".

A opção pelo Montijo tem igualmente implicações no ordenamento do território, já que "estas infraestruturas criam sempre um grande aumento da pressão imobiliária, não apenas para habitação, mas eventualmente para uma oferta turística que pode potencial a margem sul", concluiu.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Manuel Fernandes
    02 fev, 2017 Barreiro 17:41
    Um remendo... Com pesados custos ambientais e para a qualidade de vida das populações dos concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete. Que, para além do ruído, vêm aumentar os riscos de acidentes. As pistas são curtas (1900 e 2400 m) no sentidos N-S e E-O respectivamente, começando e acabando a poucos metros do mar. Perdem as populações, perdem as aves que por aqui habitam ou nidificam. A Força Aérea perde também uma Base. Só os franceses, agora donos da ANA, ficarão a ganhar. A verdadeira solução passa pelo NAL e não por remendos.
  • Alexandre
    29 jan, 2017 Grande 16:01
    A Zero é isso mesmo, ZERO!
  • desatina carreira
    29 jan, 2017 queluz 11:33
    infelizmente em Portugal não se pode fazer nada e exploração do petróleo e energia nuclear etc aparecem sempre estes parasitas da sociedade sempre com esta mesma conversa já gasta de tanto bater na mesma tecla o raça
  • joao medeiro
    29 jan, 2017 Montijo 11:26
    apoio 100% a posição da associação Zero ,que alem das medidas alencadas na sua reclamação ,deverá ser obrigatório ouvir as população do Montijo e Alcochete.
  • Aviador
    29 jan, 2017 Lisboa 11:01
    Contra tudo o que era espectável o problema do aeroporto de Lisboa vai ser "resolvido" com a Base Aérea do Montijo. Mais uma vez se opta pela solução que à primeira vista parece ser a mais barata, em vez de se optar pela melhor, de muito mais longo prazo e que por tal viria a ser a melhor. E portanto acabaria por ser a mais útil para os cofres portugueses. Continuamos a pensar pequenino. A falta que cá faz um novo Marquês de Pombal...
  • Pantufas
    29 jan, 2017 Lisboa 10:32
    ACHO BEM QUE OS ALFACINHAS MAMEM LÁ COM A POLUIÇÃO TODA.DENTRO DAQUELES CEREBROS É SO CARVÃO

Destaques V+