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"A Carris regressa a casa". Câmara de Lisboa toma conta dos autocarros

01 fev, 2017 - 07:45

Crianças até aos 12 anos não pagam passe e idosos vão ter descontos. Dívida da empresa vai manter-se no Estado.

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A Câmara de Lisboa assume esta quarta-feira a gestão da empresa de transportes rodoviários Carris, 41 anos depois de a "ter perdido" para o Estado, num processo envolto em polémica e depois de o PCP ter pedido a apreciação parlamentar deste processo.

"A Carris regressa a casa", afirmou o presidente da Câmara, Fernando Medina, na cerimónia de assinatura do memorando da passagem de gestão da rodoviária para o município, em Novembro.

A entrega da empresa à autarquia foi uma opção do actual Governo, liderado por António Costa (antigo presidente da Câmara lisboeta), na sequência da suspensão dos processos de concessão das empresas públicas de transporte, lançados em 2011 pelo Governo PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho.

Mas a decisão não tem o apoio do PCP, que na sexta-feira entregou na Assembleia da República um pedido de apreciação parlamentar do diploma que transfere a Carris para o município, acompanhado de propostas de alteração ao decreto do Governo.

Já em Setembro, o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares (PCP), defendeu que a rodoviária e o Metro de Lisboa deveriam ficar sob alçada de uma entidade supramunicipal pública.

A decisão do PCP não agradou à comissão de trabalhadores da Carris e três estruturas sindicais – Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM) e Associação Sindical do Pessoal de Tráfego da Carris (ASPTC) – ameaçaram fazer protestos à porta da sede do PCP.

Quanto à dívida histórica da Carris, irá manter-se no Estado. António Costa explica: "O Estado não faz nenhum favor, porque se mantém responsável pelo que já é responsável, que é a dívida que criou".

Em 2015, o valor desta dívida ascendia a perto de 700 milhões de euros.

Para o futuro, o presidente da Câmara de Lisboa já anunciou que vai adquirir 250 novos autocarros nos próximos três anos, fazer um investimento de 60 milhões de euros, contratar 220 motoristas, atribuir passes gratuitos a todas as crianças até aos 12 anos e descontos para os idosos e criar 21 novas linhas, que vão fazer parte da nova "Rede de Bairros" e pretendem servir deslocações do dia-a-dia nas freguesias lisboetas, ligando escolas, mercado, centro de saúde, entre outros.

Marvila será o primeiro bairro a receber a “Rede”, que vai chegar também a Alvalade, Arroios, Avenidas Novas, Beato, Belém, Benfica, Campo de Ourique, Campolide, Carnide, Estrela, Lumiar, Misericórdia, Olivais, Penha de França, Parque das Nações, Santa Clara, São Domingos, São Vicente, Santo António e Santa Maria Maior.

Comentários
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  • vaca voadora
    01 fev, 2017 Santarém 16:36
    Se a CML toma conta dos autocarros que tome também conta das despesas com a companhia, não venham com ar de descarados dizer-nos que vão aumentar a frota, as regalias e as linhas e que tudo isto não vai trazer custos acrescidos aos consumidores que acabarão por ser os utentes e os não utentes a pagar a fatura encima da já enorme existente de 700 milhões de euros gerida pelo Estado e que ficará por conta do Estado e que caberá a todos nós portugueses pagarem. Eu se quero ter transporte, comprei carro, pago seguro, impostos e manutenção, quem pretender transportes públicos a tempo e de qualidade que pague o preço exato do valor dos mesmo, se por outro lado a CML entende o contrário dando benesses a alguns que faça pagar apenas aos residentes da sua área de jurisdição e se os não utentes e que hão de ser muitos dessa área entenderem que não devem contribuir para tal pois já têm bem onde aplicar o dinheiro tal como eu em viatura própria e ainda sujeitos a estacionamento pago e multas com a maior das facilidades que resolvam a situação entre eles mas que não andem a dar punhaladas nas costas da maioria que nada tem a ver com o assunto.
  • Gomes
    01 fev, 2017 Ponte 12:29
    Isso de pagar a autarquia e não o "Estado" é mais areia para os olhos. (A palavra Estado está entre aspas porque na realidade não é o Estado mas sim o Governo). As autarquias recebem dinheiro do Governo que vai pagar esses prejuizos, por isso no fim quem paga somos nós! Qual é o interesse desta mudança? Agora o dinheiro que lá meterem dizem que foi da Câmara e as despesas da Câmara não contam para o défice! É tão fácil!
  • Mário Guimarães
    01 fev, 2017 Lisboa 10:31
    A minha pergunta é simples . Quais são os interesses por detrás disto ? Compra de viaturas aos franceses ou semelhantes ? Outros esquemas? Ou vão entregar os autocarros à Uber?
  • Rui
    01 fev, 2017 Viseu 09:47
    Ao menos que os novos investimentos e prejuízos, não saiam dos bolsos de todos os contribuintes portugueses que como eu nunca andaram na Carris!!!!! Querem passe a preço de saldo, que pague a Câmara e não o estado, até porque tirando os grandes centros urbanos, não há transportes públicos em Portugal!!!!!!

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