01 fev, 2017 - 11:12 • Pedro Mesquita
O Exército reformulou os procedimentos de avaliação médica e meios auxiliares de diagnóstico para os candidatos ao curso de comandos, pára-quedistas e operações especiais.
As alterações seguem-se às recomendações da inspecção técnica extraordinária, que resultou da morte de dois formandos do curso 127.º dos comandos.
A partir de agora, o processo assenta em três fases e três diferentes níveis, tendo em conta a complexidade do exames e a tipologia das instalações de saúde envolvidas.
Neste processo, há ainda três níveis a ter em conta.
O primeiro nível, a realizar na fase 1, avança nas unidades de saúde do Exército e consta de um questionário de saúde, uma avaliação biométrica e exames complementares básicos. Haverá também uma consulta médica presencial.
Num segundo nível, o candidato é observado nos centros de saúde do Exército. A ideia é fazer uma avaliação em medicina do exercício, uma avaliação psiquiátrica, além de exames complementares e de uma apresentação do candidato a uma junta militar de aptidão.
Finalmente, no nível 3, o candidato será avaliado com o apoio do Hospital das Forças Armadas, com recurso a especialistas e fará exames complementares especiais. Haverá, ainda uma avaliação por uma junta hospitalar de inspecção.
Há cerca de uma semana o Exército definira que os candidatos às tropas especiais do ramo teriam de apresentar um relatório clínico emitido pelo seu médico de família ou por uma unidade de cuidados primários, para que se aceda ao seu histórico clínico.
Estas alterações nas Provas de Classificação e Selecção para ingresso nas Tropas Especiais, surgem, tal como a Renascença avançou, na sequência das recomendações da inspecção técnica realizada pelo Exército. As recomendações abrangem ainda outra área de actuação relacionada com os referenciais do curso.
Falta decidir quanta água haverá nas provas
O Exército vai aprovar, em breve, um conjunto de cinco documentos que definem as regras dos futuros cursos de comandos. Serão estes referenciais, segundo a Renascença apurou, a definir a quantidade de água que os instruendos podem beber durante as provas físicas.
Falta, portanto, esclarecer uma das questões centrais de todo este processo, já que, como a Renascença noticiou, a restrição de água foi referida por quase todos os instruendos, nos depoimentos prestados à Polícia Judiciária Militar como a principal causa dos problemas físicos que grande parte dos candidatos teve no curso 127, onde morreram três militares.
Os próximos cursos de Comandos mantêm-se cancelados até à conclusão das tarefas determinadas em Dezembro pelo general Rovisco Duarte.
Dois militares morreram no treino do 127 º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, no dia 4 de Setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.