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Mais de 11 mil participações. Está a aumentar a indisciplina nas salas de aulas

07 fev, 2017 - 06:42

Estudo mostra que é no 3.º ciclo que se registam mais casos e no 2.º período, entre o Natal e a Páscoa.

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Um estudo sobre indisciplina em Portugal indica que, no ano lectivo no 2015-2016, houve 11.127 participações disciplinares em apenas 5,4% da totalidade dos agrupamentos e escolas portugueses.

"São mais de 11 mil participações disciplinares (ordem de saída da sala de aula) em apenas 5,4% da totalidade dos agrupamentos/escolas em Portugal, num universo de 53.664 alunos – o que, extrapolando para uma amostragem da totalidade dos agrupamentos/escolas em Portugal, levaria a um número de mais de 206 mil participações disciplinares num só ano", afirma Alexandre Henrique, autor do segundo estudo sobre "Indisciplina em Portugal com dados das escolas", realizado em parceria com a Associação Nacional de Directores de Agrupamento e Escolas Públicas (ANDAEP).

Na opinião do também autor do blogue de Educação “ComRegras”, esta é “a ponta do iceberg”.

“O Ministério de Educação e sociedade em geral têm que ter consciência que a indisciplina é um problema recorrente e grave na sala de aula. Basta um aluno para estragar uma aula e nem precisa de insultar ou agredir para que o processo de ensino de aprendizagem seja posto em causa", afirma Alexandre Henriques à agência Lusa.

O estudo indica também que é no terceiro ciclo que se registam mais participações e o primeiro aquele que menos registos obteve.

Quanto a períodos lectivos, o segundo (entre o Natal e a Páscoa) é o que conta com mais participações disciplinares, enquanto o terceiro período é o que regista menos casos.

"Não podemos olhar para estes números e pensar que se trata de um caso isolado", defende Alexandre Henriques, avisando que as escolas e os seus docentes e não docentes "precisam de ajuda".

É "urgente reconhecer o problema, conhecê-lo por diferentes perspectivas e depois intervir de forma colectiva", acrescenta, sustentando que a tutela e as escolas têm mecanismos que permitem conhecer a dimensão e tipologia de indisciplina em contexto de sala de aula. "Basta apenas dar esse passo", exorta.

Alexandre Henriques defende ainda a redução da “carga lectiva dos alunos e a dimensão das turmas” e o fornecimento de “formação específica ao pessoal docente e não docente formação sobre como mediar situações de indisciplina escolar".

Em alternativa, "apostar num regime de co-docência em turmas de maior insucesso escolar e/ou com problemas comportamentais" são outras propostas para reduzir os índices de indisciplina.

Os inquéritos às escolas foram recolhidos entre os dias 18 de Outubro do ano passado e 27 de Janeiro deste ano.

Comentários
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  • Joaquim Silva
    09 fev, 2017 Marinha Grande 11:24
    Concordo e discordo. Inúmeros são os casos de indisciplina que são protagonizados e cuja origem provém por parte da falta de qualidade e formação em lidar com as crianças de professores e funcionários. Talvez fosse acertivo que a Comunicação Social analisasse casos de bulling psicologico e de assédio moral que são perpetrados diariamente por docentes. Facil culpabilizar e desculpar atirando para cima dos ombros das familias e das crianças a ineficácia e falta de profissionalismo de muitos. Antes de sacudirem a água do capote assumam a sua ineficácia e deixem de maltratar muitas crianças pois as familias, por maiores valores morais que lhes deem, acabam por ver destruido esse trabalho dentro de uma sala de aulas e dentro de uma escola. Em casos de Bulling fisico, nalguns casos, psicologico e destruição da auto-estima da criança através até de assédio moral, demasiado bem feito, promovido por certos docentes, as questões são camufladas, abafadas e desvalorizadas. Depois é mais fácil imputar as culpas e responsabilidades ás crianças e ás familias por falta de qualidade e profissionalismo, por não se saberem dar ao respeito e fazerem-se respeitar. Infelizmente a classe docente está doente e muito podre em algumas escolas e casos. Tentem saber das inúmeras queixas de maus tratos que existem nos CPCJ,s, APAV e por aí fora e depois de analisarem e de ouvirem o que as crianças e familias tem a dizer, a contar, a relatar, talvez consigam entender que existem mais noticias camufladas.
  • decadência
    07 fev, 2017 Santarém 23:06
    Nada de surpreendente bem pelo contrário, ainda há dias entrou num colégio e aceite pela classe de "educadores" do mesmo um livro com uma linguagem que na prática em termos de badalhoquice qualquer um sabe falar aí pela rua mas que numa escola nunca deveria ter aceitação, mesmo assim passou para formação de badalhocos mais adultos aceitando-se como parte de "educação" sexual; ao longo destes penosos 42 anos de "ensino" os professores bem têm colaborado na libertinagem dos seus discípulos pensando eles atraí-los para mais fácil os manter do seu lado e procurando ir ao encontro de uma certa ideologia de esquerda que procura dividir para governar , o tiro saiu-lhes pela culatra como seria fácil de ver, as leis também elas vão cada vez mais no sentido de retirar aos pais e aos professores o poder sobre os jovens, as escolas por razões económicas foram sendo abatidas e transformadas em superescolas onde a falta de pessoal vigilante é visível e o número de alunos excessivo, quanto a linguagem ordinária ela muitas das vezes não é apenas praticada entre alunos como também entre estes e pessoal docente e daí ao passar da linguagem à ação o passo já é curto, portanto a batalha está perdida e possivelmente a guerra também e no meio de tudo isto os jovens apesar de indisciplinados são os menos responsáveis pela situação. Lamentável para aqueles pais e avós que ainda sabem conservar os valores morais que os seus antepassados lhes transmitiram e que se vêm metidos neste beco sem saída.
  • Alberto
    07 fev, 2017 Funchal 15:21
    Avisem o Marcelo.
  • João
    07 fev, 2017 Ponte de Sor 10:50
    Infelizmente não temos dirigentes com capacidade para verem, nem para resolverem. Tais dirigentes, tais alunos, são iguais, uns incapacitados. Isto começou com a abrilona, com a democracia. :Cerne da questão : a sociedade precisa dos alunos para a estatística. A realidade é que uma elevada percentagem saem de lá analfabetos funcionais e o ensino fica caríssimo ao país, com resultados medíocres. A solução para isto, assim como para o crime, passa por mão firme. Como ? Aluno que prevarique 3 vezes é expulso da escola, definitivamente. Nós, os que pagamos não temos de andar a levar com isto e os professores não têm que andar a ser humilhados carregando com as culpas dum sistema de ensino ineficaz e com resultados medíocres, que apenas é assim porque a mediocridade impera neste país. Quem precisa de aprender é o aluno, não é a sociedade que precisa que ele aprenda. Se ele não quer, melhor, precisamos de gente para a agricultura, pescas, serviços braçais, etc.Para quê gastar dinheiro com eles, se eles não querem.Tão simples como isto.
  • António Pais
    07 fev, 2017 Lisboa 10:14
    E vai continuar, para pior. Este marxismo cultural imposto ao povo... este nivelamento por baixo da educação leva a absurdos. Os professores estão refens de meia-dúzia de vândalos e seus pais. Os pais despejam as crianças nas escolas com a ideia que na escola ganham educação. Há que mudar, vota PNR!
  • Judite Gonçalves
    07 fev, 2017 Barreiro 09:15
    É complicado educar, e torna-se ainda mais complicado quando não há uma colaboração entre pais e professores no sentido de combater a indisciplina. Há pais que ainda discutem como o diretor de turma porque o seu filho foi para a rua: “Só porque este se levantou do lugar simplesmente para riscar o trabalho de uma colega.” A mãe protesta e o filho pergunta: “só por isto?” Os professores também não estão isentos, parece que é mais fácil pôr um aluno na rua do que manda-lo calar e pôr-se no seu lugar: “a professora de EV deu-nos falta coletiva”. Porquê? “Acho que a turma estava a fazer muito barulho.” E tu? “Eu não estava lá, cheguei atrasado. A turma a seguir também foi para a rua. “ Isto não é nada, o professor tem que fazer impor a disciplina, fazer saber aos aulos quem é quem. Até porque há professores que não têm esses problemas. Uso dos telemóveis, o tratamento por tu, ou seja “tu cá tu lá.”, o facto de colocarem os alunos com mau comportamento todos nas mesmas turmas associado a uma aceitação de que tudo isto é normal faz com que os alunos não saibam estabelecer fronteira e vão muito para lá do que é ter respeito pelos colegas, pelos professores e por si mesmos. Assim é difícil. Agora só faltava mais uma lei para regulamentar a falta de respeito constante nas salas de aula. Porque as leis resolvem tudo. Vá lá mais uma petição…
  • Abel Pereira
    07 fev, 2017 Porto 09:13
    O problema não está nos alunos nem nos professores, mas sim no sistema de educação, que está obsoleto e fora de moda. Abel Pereira
  • Carlos Gonçalves
    07 fev, 2017 Seixal 08:56
    O que é urgente é os pais educarem os filhos e terem também educação e não irem pedir satisfações aos professores quando castigam os meninos/as, muitas vezes com ameaças e agressões... Mesmo fora da escola vê-se a educação da maioria!!
  • Carlos
    07 fev, 2017 Salvaterra 08:33
    Se só agora viram que ""a indisciplina é problema recorrente e grave na sala de aula"" então andam todos desatentos, ou a dormir, porque esse problema tem décadas. Tenho provas evidentes e irrefutáveis disso. Então abram os olhos para um outro problema grave que existe há alguns anos e que, pela mesma morosidade que vos caracteriza, só irão ver daqui a uns anos.
  • Zé Brasileiro
    07 fev, 2017 Braga - Província 08:28
    Há uma escola por aqui, no distrito , onde quem manda são meia dúzia de bandalhos de duas famílias . CONCLUSÃO . Ninguém aprende NADA. Todos vivem com um medo terrível dessa gente e não há quem consiga meter essa tropa na ordem . Era bom que eles nem fossem á escola mas o mal é que teem que ir , caso contrario ao fim do mes não chove a massa que todos nós lhes damos .E ninguém tenta porque se tentar já sabe o que lhe acontece .

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