08 fev, 2017 - 19:00
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A taxa de abandono precoce na educação e formação subiu pela primeira vez desde 2011, fixando-se nos 14% em 2016, "uma ligeira flutuação" face aos 13,7% de 2015, que reflecte o aumento dos chumbos, segundo a tutela.
Os dados para 2016 sobre este indicador foram publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na sua página na Internet, e apontam para 14% de jovens entre os 18 anos e os 24 anos sem o ensino secundário completo, a nível nacional, que em 2016 não frequentavam nem ofertas da educação nem outras ofertas equivalentes de formação qualificantes.
De acordo com os dados do INE, a taxa é maior entre os homens, fixando-se nos 17,4%, enquanto entre as mulheres é de 10,5%.
Os 14% de 2016 comparam com os 13,7% de 2015, uma "ligeira flutuação" de 0,3 pontos percentuais, segundo a tutela.
"Não constituindo uma variação estatisticamente relevante, esta ligeira subida do abandono escolar precoce tende a reflectir, entre outros factores (como a recuperação do mercado de trabalho), o aumento das taxas de retenção escolar registado nos últimos anos e que, como a alertou esta semana a OCDE, potencia a curto e médio-prazo, situações de abandono", refere o Ministério da Educação (ME), em comunicado.
A taxa de abandono precoce de educação e formação tem vindo a descer desde 2011, ano em que se fixava nos 23%.
Portugal comprometeu-se com a meta europeia do programa Horizonte 2020, que preconiza uma taxa de 10% em 2020.
Os dados de 2016 invertem uma tendência de descida que se mantinha desde 2011 e colocam Portugal mais longe de atingir a meta europeia.
O Ministério da Educação defende que "Portugal continua a registar níveis preocupantes de abandono escolar, o que reforça a necessidade de prosseguir e reforçar o investimento nas políticas de qualificação dos portugueses", apontando medidas como o programa Qualifica, para educação e qualificação de adultos, o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, reforço do ensino profissional e da acção social escolar e políticas territoriais de combate ao abandono escolar.
O primeiro-ministro foi confrontado com o aumento da taxa de abanono escolar precoce durante o debate quinzenal desta quarta-feira, no Parlamento.
António Costa admitiu que possa estarrelacionado com a descida do desemprego entre os mais jovens, o aumento da retenção escolar e as política activas de ermprego do Governo.