21 fev, 2017 - 16:15
A associação ambientalista ZERO considera que Portugal não devia ter retirado a queixa contra Espanha sobre a construção de um armazém de resíduos nucleares em Almaraz.
“Este é um recuo do Governo português porque não havia necessidade de encetar um diálogo que nos parece positivo retirando simultaneamente a queixa”, diz à Renascença Francisco Ferreira, membro desta associação.
Ferreira reconhece que Portugal pode retomar a queixa mais tarde mas considera que “não devia ter sido dada esta abertura”.
A ZERO acusa Espanha e os donos da central nuclear de Almaraz de "enorme falta de transparência e inflexibilidade" e quer saber se houve contrapartidas para Portugal retirar a queixa.
O que a Zero pretende é garantir que a central fecha em 2020, ano em que termina a sua licença, por isso considera "completamente desnecessário" construir tal armazém.
A associação ambientalista não se mostra, no entanto, muito optimista. “Nós achamos que daqui a poucos meses vamos ter outra vez o problema entre as mãos”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros saudou esta terça-feira o acordo entre Portugal, Espanha e Comissão Europeia sobre o armazém de Almaraz, para Portugal poder aceder ao estudo de impacto ambiental, mas que não impede nova queixa na Europa no futuro.
Augusto Santos Silva disse que, com este acordo, "Espanha compromete-se a não emitir qualquer licença de funcionamento do armazém, não dá qualquer passo na construção desta unidade que Portugal considere irreversível" e serão identificados eventuais efeitos deste projecto e como minimizá-los.