02 mar, 2017 - 02:57
O Ministério da Educação esclarece que é injustificada uma alteração de manuais escolares, visto que não está prevista uma reforma curricular mas sim uma flexibilização curricular.
O Ministério da Educação "está a preparar instrumentos de flexibilização curricular e não uma reforma curricular, pelo que não há qualquer motivo para se proceder à alteração de manuais escolares", referiu o gabinete do ministro Tiago Brandão Rodrigues à agência Lusa.
O esclarecimento surge depois de a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) ter garantido que não foram introduzidas quaisquer alterações nos manuais escolares em vigor no próximo ano lectivo que reflictam as mudanças anunciadas pelo Ministério da Educação.
Em comunicado, a APEL defendeu esta quarta-feira que "esta é a opção correcta perante a ausência de qualquer decisão por parte do Ministério da Educação e de informação substantiva sobre alterações para o próximo ano lectivo", noticiadas nos últimos dias.
"Tal como a APEL tem referido, toda e qualquer alteração nos manuais escolares que não se enquadre no ciclo de adopção definido por lei, e que estipula a vigência por seis anos para estes recursos, resulta sempre e invariavelmente de decisão do Ministério da Educação", adiantou a associação.
A 11 de Fevereiro o Ministério da Educação anunciou que no próximo ano lectivo, os alunos dos 1.º, 5.º, 7.º e 10.º anos deverão estar a trabalhar já com flexibilização de currículos, o que permitirá mais autonomia de decisão às escolas, cruzamento de disciplinas e mais trabalho experimental.
O secretário de Estado da Educação, João Costa, estimou que, "se tudo correr bem", no próximo ano as escolas estarão a trabalhar com base num "novo referencial completo" nos anos iniciais de ciclo.
As declarações foram proferidas na apresentação do documento que traça um perfil do que se pretende que seja o aluno português que conclui os 12 anos de escolaridade obrigatória.
O Ministério da Educação tem afirmado que pretende uma flexibilização curricular, dando autonomia em 25% do currículo às escolas e permitindo um cruzamento de disciplinas e aprofundamento de trabalho experimental.
O "Perfil do Aluno para o Século XXI", coordenado e apresentado pelo antigo ministro da Educação, Guilherme d'Oliveira Martins, centra-se numa base humanista, colocando como fundamental a pessoa e a dignidade humana.