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​Diabetes mata 12 pessoas por dia em Portugal

15 mar, 2017 - 01:02

Relatório alerta para um aumento acentuado do número de novos casos diagnosticados em Portugal em 2015. Há 168 novos casos identificados todos os dias.

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A diabetes matou 12 pessoas por dia em 2015, estando presente em mais de um quarto dos óbitos nos hospitais públicos em Portugal, indica o relatório "Diabetes: Factos e Números" do Observatório Nacional da Diabetes que vai ser apresentado esta quarta-feira.

O documento alerta para "um crescimento acentuado do número de novos casos diagnosticados em Portugal em 2015", com 168 novos casos a serem identificados todos os dias.

De acordo com o Observatório, uma estrutura integrada na Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), a prevalência estimada da diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) foi, em 2015, de 13,3%. Isto significa que mais de um milhão de portugueses neste grupo etário tem a doença.

"O impacto do envelhecimento da estrutura etária da população portuguesa (20-79 anos) reflectiu-se num aumento de 1,6 pontos percentuais da taxa de prevalência da diabetes entre 2009 e 2015", lê-se no documento.

Em termos de composição da taxa de prevalência da diabetes, o relatório indica que "em 56% dos indivíduos esta já havia sido diagnosticada".

Homens são mais afectados pela doença

Os autores identificaram "uma diferença estatisticamente significativa na prevalência da diabetes entre os homens (15,9%) e as mulheres (10,9%)", verificando igualmente "a existência de um forte aumento da prevalência da diabetes com a idade": mais de um quarto das pessoas entre os 60-79 anos tem a doença.

"A prevalência da diabetes gestacional em Portugal continental em 2015 foi de 7,2% da população parturiente que utilizou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante esse ano, registando um acréscimo significativo do número absoluto de casos, comparativamente ao ano transacto", lê-se no relatório.

Por seu lado, "a diabetes tipo 1 nas crianças e nos jovens em Portugal, em 2015, atingia 3.327 indivíduos com idades entre 0-19 anos, o que corresponde a 0,16% da população portuguesa neste escalão etário, número que se tem mantido estável nos últimos anos".

Em 2015 foram detectados 13,3 novos casos de diabetes tipo 1 por cada 100 mil jovens com idades compreendidas entre os zero e os 14 anos, valores inferiores aos registados nos últimos anos.

Continuaram a aumentar os internamentos em que a diabetes surge associada a outras doenças, enquanto a população com diabetes seguida nas unidades de cuidados primários do SNS continuou a aumentar, atingindo os 6,8% da população nelas inscrita (6,4% em 2014).

Custo com medicamentos mais do que triplica

Os custos com medicamentos para a diabetes mais do que triplicaram em dez anos, sendo que o aumento dos encargos tem sido bem superior ao crescimento efectivo do consumo, segundo o relatório do Observatório Nacional da Diabetes.

O documento aponta para um aumento dos custos de 269% num período de dez anos, sendo que o também existe um crescimento significativo do consumo de medicamentos para a diabetes - tal como acontece em toda a Europa -, mas inferior à subida dos custos.

Entre 2006 e 2015, os encargos do Serviço Nacional de Saúde e dos utentes com vendas em ambulatório de insulinas e antidiabéticos não insulínicos aumentaram 269%.

“O crescimento dos custos dos medicamentos da diabetes tem assumido uma especial preponderância e relevância (mais 269%) face ao crescimento efectivo do consumo, quantificado em número de embalagens vendidas (mais 66%)”, refere o relatório do Observatório Nacional da Diabetes.

O aumento dos custos e das vendas explicam-se porque, além do aumento da prevalência da doença, subiu o número e a proporção de pessoas tratadas, bem como as dosagens médias utilizadas nos tratamentos.

Em 2015, 6,7% da população portuguesa recebiam tratamento de antidiabéticos não insulínicos (ADNI) e insulinas.

Os utentes do SNS têm encargos directos de 22 milhões de euros com o consumo de ADNI e de insulinas, o que representa 8,4% dos custos do mercado de ambulatório com estes medicamentos no último ano.

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  • Eduarda Andrade.
    15 mar, 2017 Covilhã 08:53
    Sou diabética monogenética, isto é, tenho um gene a menos no meu DNA. Sempre tive hiperglicémia. Só aos 39 anos um médico especialista da UBI, Universidade da Beira Interior, descobriu, através de análise genética. Depende de pouca coisa: só não posso comer frutas e pastelaria.

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