16 mar, 2017 - 18:48
O chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, autorizou a realização do 128.º curso de Comandos, que vai começar no início de Abril, foi anunciado esta quinta-feira.
Em comunicado, o Exército divulgou que o CEME aprovou o Referencial do Curso, no seguimento das recomendações feitas pela Inspecção Técnica Extraordinária realizada após a morte de dois instruendos do curso anterior, em Setembro passado.
A metodologia aprovada "continua a basear-se numa formação exigente tendo por finalidade a obtenção de militares qualificados e com elevado nível de prontidão para actuarem em qualquer cenário, quaisquer que sejam as condições meteorológicas ou o grau de risco", adianta o Exército.
No comunicado, o Exército refere-se ao desempenho da força portuguesa na República Centro Africana, maioritariamente composta por Comandos, lembrando que foi elogiada pelo comandante da MINUSCA, considerando que "é paradigmático quanto ao nível de exigência requerido".
O mês de Abril já era a data indicativa prevista para o primeiro curso de Comando de 2017, segundo o plano de formação anual do Exército. No entanto, o CEME tinha decidido suspender o plano até estarem concluídas as medidas aprovadas na sequência das recomendações do relatório da Inspecção Técnica Extraordinária ao curso.
Segundo o comunicado divulgado hoje, o Referencial de Curso foi desenvolvido pelo Comando do Pessoal do Exército com o objectivo principal de adequar os documentos do curso "à metodologia da formação militar aprovada" no ramo em 2013 e "certificada no Sistema Nacional de Qualificações".
Ao todo, são cinco documentos que enquadram o curso de Comandos: o primeiro estabelece o certificado de controlo do curso. O segundo fixa a proposta e a fundamentação, definindo a duração, o regime de prestação de serviço, os pré-requisitos, os fundamentos para a exclusão e os requisitos para os formadores, nomeadamente técnico-científicos e pedagógicos.
O terceiro documento define o perfil profissional dos formandos e as funções que aqueles que concluam o curso com sucesso podem vir a assumir e o quarto documento especifica as necessidades de formação face aos perfis profissionais.
Por último, o Referencial aprovado pelo CEME fixa o "perfil da avaliação", que permitirá avaliar as expectativas e o desempenho de todos os intervenientes directos no processo de formação.
O relatório da Inspecção Técnica Extraordinária, concluída a 5 de Dezembro, tinha detectado dificuldades na actualização do Referencial do curso, atribuindo o atraso em parte à falta de militares com competências para o efeito.
O 127.º curso de Comandos ficou marcado pela morte de dois militares, em Setembro. O curso registou também o maior número de desistências dos últimos quatro, com 27 dos 67 formandos iniciais a decidirem abandonar a formação.