05 abr, 2017 - 12:17
As entradas na Torre dos Clérigos serão gratuitas no próximo domingo, que é Domingo de Ramos, anunciou esta quarta-feira, em entrevista à Renascença, o padre Américo Aguiar, presidente da Irmandade dos Clérigos e responsável pela obra de restauro a que foi atribuído o prémio Europa Nostra.
"Para nós, é uma alegria sem limites este prémio", disse o sacerdote, descrevendo a distinção como "a cereja no topo do bolo" e "o topo da carreira" para este tipo de obra de restauro.
Convidado a descrever aos ouvintes, sobretudo os que nunca visitaram os Clérigos, o que podem encontrar no monumento, Américo Aguiar confessou que não tem palavras para tal e por isso convida todos os que queiram a visitar a torre no domingo, sem pagar.
A Torre dos Clérigos é uma das atracções turísticas mais visitadas na cidade do Porto e cerca de 85% dos visitantes actualmente são estrangeiros.
Segundo o responsável dos Clérigos, "a sorte do arquitecto Nicolau Nasoni no
séc. XVIII foi a de encontrar profissionais capazes de transformar o seu
desenho em obra prima" e agora também a Irmandade "teve novamente profissionais
capazes de devolver o edificado à cidade e ao mundo, que é hoje o ex-líbris do
Porto e que enche de orgulho".
O padre Américo Aguiar orgulhou-se também do facto de esta ser uma distinção europeia numa altura em que "quando ouvimos falar da Europa é sempre por más razões, como pelo défice, temos agora um país do Sul que afinal não desbarata os meios mas é mostrado como exemplo para a Europa inteira, numa intervenção cultural de restauro de património e boa aplicação de fundos europeus", diz. Este orgulho é aumentado pelo facto de muitas das receitas provenientes dos prémios que o restauro tem recebido terem sido entregues a instituições de solidariedade, com destaque para hospitais e bombeiros, num total de mais de meio milhão de euros.
Por fim, o sacerdote recordou o facto de o restauro ter permitido remover barreiras de acessibilidade, permitindo a pessoas com diversos tipos de deficiência e mobilidade reduzida chegar a mais de 80% do monumento. "Só não os podemos levar mesmo ao topo, porque o elevador não cabe no topo", lamentou.