17 abr, 2017 - 21:40
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Há um total de 21 casos confirmados de sarampo confirmados desde o início do ano, disse à Renascença Teresa Fernandes, coordenadora do Plano Nacional de Vacinação.
Os casos foram confirmados pelo Instituto Ricardo Jorge, que está neste momento a investigar várias outras situações.
O número de casos confirmados aumenta em relação ao balanço avançado esta segunda-feira à tarde pela Direcção-Geral de Saúde (DGS), que dava conta de 15 casos confirmados e 11 em investigação.
Apesar do regresso da doença a Portugal, o director-geral da Saúde, Francisco George, disse esta segunda-feira não temer "uma epidemia em grande escala", porque pessoas com mais de 40 anos tiveram a doença e por isso estão imunes e os mais jovens também estão imunizados pela vacina.
Francisco George falou apenas de um caso grave e explicou que em média por cada 100 casos de sarampo há um "que pode não correr bem". Uma jovem internada no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, “está estável mas numa condição muito difícil em termos de prognóstico", disse.
O director-geral da Saúde aconselha a vacinação das crianças a partir dos nove meses e defendeu que em Portugal se devia fazer um debate sobre a vacinação, para perceber se há pais que não vacinam os filhos e porque não o fazem.
José Gonçalo Marques, pediatra, da comissão técnica de vacinação da DGS, disse que as crianças são o grupo mais afectado no actual surto e salientou que não se trata de uma epidemia no sentido de que a população esteja em risco.
"O (combate ao) sarampo requer uma vacinação superior a 95%. Começamos a ter pais que recusam a vacinação dos filhos. Não atingindo os 95% pode afectar algumas pessoas, incluindo as que não podem ser vacinadas, como grávidas ou imunodeprimidos", explicou.
O especialista também defendeu que é preciso debater a questão da vacinação em Portugal, nomeadamente o direito que os pais têm de não vacinar os filhos mas também o direito que as crianças têm de ser vacinadas.