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Sarampo. Perguntas e respostas sobre a doença que voltou a Portugal

17 abr, 2017 - 20:38 • com Lusa

A vacinação é a principal medida de prevenção contra o sarampo. É gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV).

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Nos primeiros quatro meses deste ano, o número de casos de sarampo em Portugal ultrapassou os da última década. Até agora, o surto regista 21 casos confirmados pelo Instituto Ricardo Jorge e uma morte. Existem ainda vários outros casos em investigação.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) alerta para a necessidade de os pais vacinarem os seus filhos “sem hesitação”. "Não há liberdade individual que possa justificar a ausência de vacina das crianças”, disse Francisco George.

O pediatra Mário Cordeiro junta a voz ao coro da comunidade médica em Portugal. Considera que os pais que não vacinam as suas crianças são “negligentes”.

Apesar do surto, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, assegura que “não há grandes motivos para preocupação”, embora se esteja a falar de “uma doença que já deixou de existir em Portugal e que agora voltou” – o que tem vindo a acontecer também noutros países europeus e um fenómeno para o qual a Organização Mundial de Saúde (OMS) já tinha alertado.

A Renascença preparou um guia de perguntas e respostas sobre o regresso do sarampo a Portugal.

O que é o sarampo e quais os seus sintomas?

O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus do sarampo. Os sinais e sintomas iniciais, geralmente, incluem febre, corrimento nasal e olhos inflamados. Dois ou três dias depois do início dos sintomas formam-se no interior da boca pequenos pontos brancos. Entre três a cinco dias depois do início dos sintomas aparece uma mancha vermelha que, geralmente, tem início no rosto e daí se espalha para o resto do corpo. Os sintomas manifestam-se entre dez a 12 dias depois do contágio e duram entre sete a dez dias.

Há quantos casos em Portugal?

Foram confirmados, desde Janeiro, 21 casos de sarampo em Portugal. No Hospital de Cascais, um bebé de 13 meses, que não tinha sido vacinado, contagiou na Urgência uma jovem de 17 anos e outros quatro profissionais de saúde. Em Abril, foram diagnosticados com sarampo quatro bebés com menos de 12 meses, que não estavam vacinados, e dois jovens adultos, no Algarve e no Norte do país.

Mas o sarampo não tinha já sido erradicado de Portugal?

Em 2015, a OMS declarou que a doença estava eliminada em Portugal, graças ao eficaz Programa Nacional de Vacinação (PNV) contra o sarampo. A vacinação organizada contra o sarampo em Portugal iniciou-se em 1973, com uma campanha de vacinação de crianças entre os um e os quatro anos, que vigorou até 1977. Em 1974, a vacina contra o sarampo foi incluída no PNV e em 1990 foi introduzida uma segunda dose da vacina. Actualmente, a primeira dose é dada aos cinco meses de idade e a segunda aos cinco.

Por que é que o sarampo voltou a aparecer?

Mais de 500 casos de sarampo foram reportados só este ano na Europa, afectando pelo menos sete países, segundo a OMS, que avisa que muitos dos casos de sarampo ocorrem por causa de pais que não querem vacinar os seus filhos.

Como é que surgiu o movimento antivacinação?

Em 1998, um cirurgião de origem canadiana, Andrew Wakefield, publicou na revista científica “The Lancet” um estudo que, alegadamente, demonstrava uma relação de causa-efeito entre a vacina tríplice (sarampo, papeira e rubéola) e o autismo. Veio a provar-se que o estudo era fraudulento mas, entretanto, a teoria já se tinha disseminado nos Estados Unidos e na Europa.

A vacinação é obrigatória?

Foi incluída no Programa Nacional de Vacinação em 1974 e deve ser administrada aos 12 meses de idade e reforçada antes de a criança entrar no ensino obrigatório, entre os 5 e os 6 anos. Tal como todas as outras vacinas, não é obrigatória. Exige-se apenas um termo de responsabilidade aos pais que não cumpram o plano de vacinação.

O que é a imunidade de grupo?

Em Portugal, como a taxa de cobertura de vacinação é superior a 95%, a população está protegida. Mas as pessoas que não estão vacinadas fazem aumentar a probabilidade de, quem esteja vacinado mas não imunizado, poder vir a contrair a doença.

O que fazer em caso de contacto com o vírus do sarampo?

Se não estiver vacinado, há um espaço temporal de 72 horas para fazer a vacinação. As crianças e bebés devem ser vistas por um médico pediatra e subsequentemente vacinadas. A vacina é a principal medida de prevenção contra o sarampo, sendo gratuita e incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças devem ser vacinadas aos 12 meses e repetir a vacina aos cinco anos.

Como é que o sarampo é transmitido?

Através da respiração, da tosse e dos espirros. O contágio é mais fácil em espaços fechados porque as gotículas com partículas do vírus podem permanecer no ar durante várias horas. O contágio “é facílimo: através do contacto directo, próximo, por via aérea”, diz Rui Nogueira, presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar.

É possível morrer de sarampo?

O sarampo pode complicar-se com uma infecção bacteriana e evoluir para uma pneumonia. Em casos mais raros, pode provocar encefalite, capaz de causar danos cerebrais e, no limite, a morte. Uma jovem de 17 anos morreu no dia 19 de Abril em Portugal, na sequência do surto da doença. O comunicado hospitalar indica que a morte decorreu "de uma situação clínica infecciosa com pneumonia bilateral - sarampo".

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  • Ricardo Almeida
    10 nov, 2018 Maia-Porto 15:39
    Boa tarde, gostava que me pode-sem me dizer qual o nome que se chamava a vacina contra o sarampo ou da varicela no ano 1976. Estou com o meu boletim de vacinas e não consigo encontrar o nome dessa vacina e gostava de saber o nome para eu poder confirmar se tomei essas vacinas ou não, se alguém me poder ajudar agradeço a vossa intenção, com os meus melhores comprimentos Ricardo Almeida,obrigado e aguardo a vossa resposta.
  • Ricardo Silva
    20 abr, 2017 Barcarena 18:41
    "Actualmente, a primeira dose é dada aos cinco meses de idade e a segunda aos cinco." A primeira dose é aos 12 meses, como referem mais adiante.

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