08 mai, 2017 - 20:10
Portugal regista até hoje 242 casos de hepatite A, num surto que começou no início do ano e afecta outros países europeus.
O balanço foi feito esta segunda-feira pelo director-geral da Saúde, Francisco George, numa conferência de imprensa em Lisboa. O número agora conhecido representa um aumento de 43 casos em relação a um outro balanço do mês passado.
Segundo a responsável do Programa das Hepatites Virais da Direcção-geral da Saúde, Isabel Aldir, 93% dos casos ocorrem em homens e em 57% confirmou-se contágio por via sexual.
Isabel Aldir adiantou ainda que a maioria das situações (quase 90%) ocorre em pessoas dos 18 aos 50 anos, sobretudo em pessoas dos 18 aos 39 anos.
Até agora foram vacinadas 1.149 pessoas contra a hepatite A, a sua maioria na zona da Grande Lisboa e Vale do Tejo, uma média 48 pessoas por dia.
Durante o mês de Abril, perante uma quebra na procura da vacinação, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) decidiu inovar e enviar uma unidade móvel para o Bairro Alto durante cinco dias, altura em que se vacinaram 314 pessoas, muitas de fora de Lisboa e estrangeiros, explica Francisco George.
A DGS detectou também que há falhas na vacinação dos viajantes. Dos 500 pedidos de vacina 40% viu recusada a vacinação.
Portugal vai ter até ao fim do ano mais 53 mil vacinas para a hepatite A, a juntar às cerca de 11 mil que ainda existem actualmente, anunciou Francisco George.
O director-geral da saúde considera que Portugal terá um 'stock' de vacinas que será suficiente e confortável para lidar com o actual surto da doença.
Quanto custará esse “stock” de vacinas ao Estado? O director-geral ainda não sabe dar a resposta, mas deixou claro que os utentes irão pagar uma parte.
Francisco George está preocupado não só com os festivais de Verão, como com alguns eventos que vão acontecer em breve, como o World Pride em Madrid, que vai juntar cerca de dois milhões de pessoas da comunidade LGBT, o acrónimo de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgéneros.
“Nós pensamos que há necessidade de criar um programa excepcional de protecção. Por isso, podemos anunciar que até ao final de Maio estará disponível um pacote de protecção para quem for a Madrid e para quem frequentar festivais de Verão, não só em relação à hepatite A, mas também a outras doenças e questões ligadas à higiene pessoal, familiar e colectiva”, sublinhou o director-geral da Saúde.