30 mai, 2017 - 16:28 • Rui Barros
Edward Snowden, Madeleine Albright, Joseph E. Stiglitz, Sérgio Moro e Baltasar Garzón são alguns dos oradores da edição 2017 das Conferências do Estoril, que decorrem de 29 de Maio a 1 de Junho. A Renascença é a rádio oficial. Assista em directo às conferências aqui
"Sou um convicto europeu”, “mais europeu que Durão Barroso e [Jean-Claude] Juncker”. As frases são de Nigel Farage, antigo líder do partido eurocéptico UKIP, nas Conferências do Estoril, esta terça-feira. Farage defendeu o legado da campanha que fez pelo Brexit, argumentando que “não é possível conciliar o patriotismo e o apoio à União Europeia” (UE).
Lembrando o momento em que esteve em Portugal para a assinatura do Tratado de Lisboa, o eurocéptico justificou a sua luta pela saída do Reino Unido com o seu patriotismo e não deixou de mostrar apoio aos que queiram romper com as amarras que, segundo o líder britânico, a UE coloca aos países.
“Ninguém na campanha pelo Brexit argumentou pelo isolacionismo ou para barrar as pessoas no Canal da Mancha. Só queremos controlar quem entra no nosso país”, defendeu Nigel Farage perante uma plateia cheia nas Conferências do Estoril, que começaram na segunda-feira e terminam na quinta-feira.
Farage continua a acreditar que a União Europeia não é uma instituição democrática e que “Merkel e Juncker estão a usar o Brexit como desculpa para acelerar a integração antidemocrática que dará poder à Alemanha”.
Com Farage a estabelecer um paralelismo entre a União Europeia e a União Soviética, Francisco Assis saiu em defesa da união política europeia como um “convicto europeu” e defendeu aquilo que acredita serem as vantagens do projecto europeu.
“Este é um projecto com um grande grau de artificialismo. Mas é um artificialismo positivo porque é baseado na vontade do Homem”, defendeu o socialista, que vê a UE como um projecto no qual vários países com histórias e formas de ver o mundo diferentes decidiram trabalhar em conjunto.
Nunca criticando a decisão do Reino Unido, que considera democrática, Assis teve tempo ainda para tecer elogios ao recém-eleito Presidente francês Emmanuel Macron pelo seu europeísmo numas eleições onde a Europa esteve sempre no centro da discussão.
“A Europa precisa daqueles que estão contra ela, mas também precisa daqueles que estão dispostos a lutar e a travar batalhas por elas”, defendeu Francisco Assis, que considera que “os que estão contra a Europa fazem uma defesa muito mais cerrada das suas ideias do que aqueles que acreditam no projecto europeu”.