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​Avião evita colisão com "drone" na aproximação ao Aeroporto do Porto

01 jun, 2017 - 23:35

"Perícia da tripulação" evitou uma possível tragédia. É o quarto incidente do género desde o início do ano.

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Um avião que se preparava para aterrar esta quinta-feira no aeroporto do Porto quase colidiu com um 'drone' a 450 metros de altitude, obrigando a tripulação a realizar várias manobras, disseram à agência Lusa fontes do sector aeronáutico.

O incidente ocorreu cerca das 16h40, no momento em que o Boeing 737-800, com capacidade para cerca de 160 passageiros, da companhia TVF, France Soleil, grupo Air France/KLM, estava na aproximação final para aterrar, a 3,5 quilómetros da pista 35.

O 'drone' aproximou-se e o avião teve de efectuar diversas manobras para evitar a colisão, acrescentando as fontes que foi "a perícia da tripulação que evitou um grave acidente" com o aparelho que tinha descolado de Paris.

Contactada pela agência Lusa, a NAV Portugal, que é responsável pela gestão do tráfego aéreo, confirmou o incidente, acrescentando que o mesmo foi reportado à Autoridade Nacional da Aviação Civil e ao Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), que também já assumiu ter sido notificado deste incidente.

O director do GPIAAF explicou que, como este tipo de ocorrência não é de investigação obrigatória, e como o GPIAAF não dispõe de meios humanos para se dedicar às investigações que não sejam obrigatórias, este incidente não será investigado por este organismo.

O GPIAAF apenas dispõe, actualmente, de dois investigadores para a área aeronáutica.

Nelson Oliveira sublinhou, contudo, que este tipo de incidentes são essencialmente do foro criminal.

O director do GPIAAF relatou ainda que, desde o início do ano, este o quarto reporte deste tipo de incidentes que chegaram ao GPIAAF: dois ocorreram em Lisboa e os outros dois, com o de hoje, no Porto.

Em 2016, o extinto Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) - que deu origem ao GPIAAF -- recebeu 31 reportes de incidentes com Sistemas de Aeronaves Pilotadas Remotamente, vulgarmente designados por 'drones', a maioria registados nas proximidades do Aeroporto de Lisboa.

Dados facultados no ano passado pelo então GPIAA à Lusa mostravam que as restantes ocorrências se verificaram noutros aeroportos de Portugal continental e nas ilhas.

Um dos incidentes mais graves aconteceu na tarde de 11 de Dezembro, quando um funcionário alertou para a presença de um destes aparelhos sobre uma das placas do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Na ocasião, a situação obrigou ao cancelamento temporário da descolagem de um avião e condicionou durante cerca de meia hora a operação de uma das pistas do aeroporto.

Outro dos reportes foi feito a 21 de Dezembro no Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, quando, durante uma revista, os funcionários encontraram na pista um 'drone' que tinha sido avistado a sobrevoar a área de aproximação do aeroporto ao final de tarde do dia anterior. O aparelho nunca foi reclamado por ninguém.

Comentários
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  • Emanuel Fonseca
    02 jun, 2017 Braga 12:38
    A falta de conhecimento e informação dá nisto! Meus caros, drones por cima das nossas cabeças temos a toda a hora até sem dar por eles, eles vão continuar a voar na mesma controlados por mãos que desconhecemos, basta ver as licencas ja autorizadas pela ANAC para a data! Quanto aos voos em si, é algo que seria feito sobre uma área restrita e afastada dos cones de ar de aproximação aos aeroportos! Informação e estudo pouparia muitos comentários sem fundamento a que já aqui comentou na Renascença abaixo e que só fala de punir, prender, agredir e levar para a cadeia, provavelmente saudosistas das ditaduras de esquerda do leste europeu ;)
  • Francisco Pereira
    02 jun, 2017 Vilar de Andorinho 09:43
    É VERGONHOSO A NÃO EXISTÊNCIA DE LEGISLAÇÃO PUNITIVA
  • Cidadao
    02 jun, 2017 Lisboa 08:51
    Já que quando fizeram a Lei, deixaram muita coisa importante de lado pelo que a "Lei dos Drones" é quase inútil, ou reformulam a Lei ou colocam nos aeroportos, pessoal de prevenção com espingardas de longo alcance para abaterem a tiro todos os drones que aparecerem. Os donos depois que vão para Tribunal - que não vão, obviamente.
  • José Sócrates
    02 jun, 2017 LISBOA 04:42
    Por enquanto é brincadeira de inconscientes, brevemente será arma de terroristas. Para quando condicionar a utilização destes aparelhos?
  • Carlos Alberto Ilhar
    02 jun, 2017 Porto 00:43
    Conforme se lê na notícia o drone estava a 450 metros de altitude uma brutalidade para um aparelho daqueles, tenho mesmo dúvidas de que isto esteja certo. O avião estava portanto a 1350 pés o que é nada e se fez manobras evasivas aquela altitude acho um verdadeiro arrojo, pois vem em configuração de aterragem e está a entrar nos mínimos ou mesmo lá. Quem operava o drone estava a quase quatro quilómetros do aeroporto e sem saber num dos cones de aproximação. Presumo que quando viu o avião encetou manobras para sair dali o que só causou mais perigo. Agora como é que se proibe um fulano de andar com um drone? O drone está no ar, o fulano onde é que está? Um drone vendido em Braga pode estar a operar em Pedras Rubras, quem é que sabe? Não vejo de momento solução nenhuma. Adiante. O problema está em ligar o drone ao dono, a única hipótese é o registo de venda e haver (não sei se há) um número único e indestrutível em cada drone.
  • Duarte Ferreira
    02 jun, 2017 Custóias, Matosinhos 00:40
    A proibição da venda destas "armas" que são os drones (e severas penas de cadeia para estes bandidos que operaram hoje no Porto) é a solução para resolver o problema.Tudo o resto são panaceias...Será necessário morrerem pessoas para o assunto ser encarado com a gravidade que merece?

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