02 jun, 2017 - 01:55
A administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada, garante que prestou todos os cuidados médicos a uma criança com uma doença rara e grave, que terá esperado um ano pela realização de exames.
Em resposta à Renascença, o hospital diz que foram prestados todos os cuidados clínicos, incluindo técnicos e sociais, adequados à situação clínica.
Quanto aos exames, “sem carácter urgente”, o adiamento foi primeiro ditado por razões clínicas e no interesse da criança. A decisão foi tomada em conjunto com a família, argumenta o hospital.
"Compreende-se o estado de alma dos pais numa situação muito grave como esta, que se lamenta, sempre na esperança, obviamente, de que tudo pudesse contribuir para uma evolução mais positiva", escreve o hospital.
A seguir, os exames foram adiados por avaria do equipamento no hospital onde a criança estava referenciada.
A resposta do Hospital Garcia de Orta, em Almada, surge na sequência da notícia avançada pela agência Lusa, que cita a mãe da criança a queixar-se de que não terá tido o necessário acompanhamento.
O caso vai ser investigado. A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) instaurou um processo ao hospital Garcia de Orta.
A criança é portadora de uma síndrome genético rara que condiciona uma situação clínica grave.
Os dois exames em causa - uma polissonografia e um electroencefalograma (EEG) 24 horas - foram prescritos em Julho de 2015.
Deviam ter sido realizados no Centro de Desenvolvimento da Criança Torado da Silva, integrado Garcia de Orta.
Com uma incapacidade de 96%, a criança esperou um ano pela realização da polissonografia e mais de um ano pelo EEG de 24 horas, este último no Hospital São Francisco Xavier e depois de ter sido marcado para o Hospital Fernando Fonseca, que entretanto não o realizou por avaria da máquina.
No decorrer do processo, o Hospital Garcia de Orta assumiu à ERS uma "carência de técnicos".